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Americanas (AMER3) é questionada por movimentação atípica de ações

Desde o escândalo de rombo contábil de R$ 20 bilhões da Americanas (AMER3) e a RJ em janeiro, a varejista tem feito múltiplos desligamentos.

Desde o escândalo de rombo contábil de R$ 20 bilhões da Americanas (AMER3) e a RJ em janeiro, a varejista tem feito múltiplos desligamentos. - Foto: Divulgação

Após subir 15% no fechamento da terça-feira (23), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) questionou a Americanas (AMER3) por negociações consideradas atípicas na Bolsa de Valores brasileira, registradas desde 10 de agosto.

A CVM também aponta que houve aumento de oscilações, além de crescimento no número de negócios e volume movimentado.

A situação já havia sido identificada antes e depois do anúncio do novo CEO da Americanas, Sergio Rial, que ocorreu na noite da última sexta-feira (19). O executivo vai assumir o cargo na varejista a partir de janeiro de 2023.

“Acerca da movimentação observada, a companhia destaca que não tem conhecimento de nenhum fato que tenha motivado as últimas oscilações registradas em suas ações”, afirmou o CEO e diretor de Relações com Investidores da companhia, Miguel Gutierrez, em comunicado na noite desta terça.

Durante o mês de julho, as ações da Americanas tiveram uma média diária de negociação aproximada de R$ 200 milhões, de acordo com a apuração do Bloomberg Línea. Esse indicador mais do que triplicou em 10 de agosto, quando o papel da companhia disparou mais de 7%. Nas duas sessões seguintes do Ibovespa, chegou a perder 9%, mas voltou a subir em 15 de agosto, quando ganhou 16%.

Mas o pico da movimentação da Americanas foi na sessão de segunda-feira (22), primeiro pregão após o anúncio do novo CEO, quando os negócios superaram R$ 1 bilhão. A cotação estava em R$ 18,50, após alta de 22,49%. Considerando apenas os primeiros dias da semana, os ativos acumulam 41,98%. No ano, entretanto, perdem 39,92%.

Americanas (AMER3): novo Sérgio Rial deve destravar valor na Ame Digital, preveem analistas

Com a nomeação de Sergio Rial como novo presidente da Americanas (AMER3), a XP Investimentos e o Itaú BBA lançaram relatórios sobre suas perspectivas para as ações da rede de varejo.

O Itaú BBA viu a substituição de Miguel Gutierrez na Americanas como positiva e acredita que o mercado também deve ver a mudança como um passo na direção certa. No primeiro dia após o anúncio de Rial como novo CEO as ações da Americanas dispararam 22,49%.

A XP destacou o background de Rial com características de gestão focada em controle de custos, liderança motivadora e inspiracional, capacidade de destravar valor em ativos estratégicos – com a Ame Digital como oportunidade mais clara, no caso das Americanas. Mencionou ainda o “sólido histórico de execução, facilitando o benefício da dúvida por parte dos investidores, em termos de entrega de resultados futuros”.

As características de Rial, na visão da XP, serão chave para suportar a transformação em curso da Americanas, além de trazer mudanças estruturais no processo de transformação cultural da varejista.

Entretanto, a XP rebaixou o preço-alvo das ações da Americanas para R$ 20, contra R$ 21 anteriormente. Os analistas aguardam os próximos passos da Americanas antes de mudar sua posição.

“Mantemos nossa recomendação neutra, pois preferimos estar expostos a outros varejistas com uma relação de risco/retorno mais equilibrada e com níveis de valuation similares”, explicam os analistas Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt.

Além disso, a XP avalia que existem desafios para os resultados de curto prazo da Americanas, com o lançamento escalonado do 5G impactando as vendas de smartphones, a Copa do Mundo como um risco no quarto trimestre do ano, com o ambiente competitivo permanecendo desafiador.

O Itaú BBA afirma que é provável que a ação da Americanas suba. “Sentimos que este ativo foi deixado por investidores e analistas nos últimos trimestres”, disseram os analistas Thiago Macruz, Maria Clara Infantozzi e Gabriela Moraes.

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