A PwC, empresa responsável pela auditoria das contas da Americanas (AMER3), negou ter responsabilidade sobre o rombo bilionário nas contas da varejista. Em resposta uma ação civil pública, a multinacional disse que o caso é uma “questão complexa e controvertida” e classificou o processo como “sensacionalista”.
A ação foi movida pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor e Trabalhador (Abradecont) contra a PwC e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Segundo informações divulgadas pela Bloomberg Línea e pelo Valor Econômico, a entidade pediu o bloqueio de bens da PwC e a proibição de que a empresa divulgue relatórios destinados ao mercado de ações.
Em resposta à Justiça do Rio de Janeiro, os advogados da PwC argumentaram que a ação tem “caráter sensacionalista” e disseram que o processo pode causar “colossais prejuízos” para a empresa.
“Nada do que se alega permite formular qualquer juízo, mesmo em tese, a respeito da suposta responsabilidade da PwC pelas inconsistências contábeis identificadas, tudo afastando a probabilidade do direito exigida para a concessão de qualquer medida cautelar”, ressaltou a empresa de auditoria na Justiça.
Em nota, a CVM ressaltou que aprovar ou rejeitar relatórios de auditoria não faz parte da sua competência. Além disso, a autarquia montou uma força-tarefa para apurar o caso da Americanas.
Recuperação judicial da Americanas
Atualmente, a recuperação judicial da Americanas está avaliada em mais de R$ 47 bilhões. Ainda sem uma solução concreta de como conseguirá quitar as dívidas e manter sua atividade comercial, a empresa deve apresentar uma nova proposta aos bancos credores até a próxima semana.
De acordo com informações divulgadas pelo jornal Valor Econômico, os acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira estão sendo pressionados para injetarem pelo menos R$ 15 bilhões.
Contudo, a ideia atualmente na mesa é de que o trio faria um empréstimo DIP de R$ 1 bilhão. “Ainda não há nada de concreto e não há solução sem capitalização grande”, alertou uma fonte.
Nos bastidores, os credores vivem um clima de expectativa e de descrença com essa nova proposta. Segundo o Valor, a mensagem é que “não adianta oferecer um DIP” sendo que isso não será uma solução para a Americanas.