Em mais um dia de luta para a Americanas (AMER3), os papéis da varejista na bolsa de valores viraram penny stock e estão sendo negociados por menos de R$ 1. As ações da empresa voltaram a ser leiloadas e o ativo bateu sua a mínima histórica: R$ 0,64, em queda de 36%.
As ações da Americanas começaram o pregão sendo negociadas por R$ 0,98, mas logo subiram para preços acima de R$ 1. Contudo, o ativo voltou a custar centavos por volta do 12h, e seguiram assim desde então, com direito a novos leilões e mudanças positivas ou negativas.
Às 13h47, o papel chegou a ser negociado por R$ 0,73, sua mínima histórica. A ação fechou o pregão de quinta (19) custando R$ 1. Às 17h, renovou mínimas históricas, ao chegar a R$ 0,64. Acabou fechando em queda de 29%, a R$ R$ 0,71.
Com a recuperação judicial, as ações deixam hoje as negociações no Ibovespa e nos outros índices da B3.
Na bolsa, as ações desabaram 93,8% no período desde 11 de janeiro, quando o escândalo contábil da Americanas explodiu, até hoje. Antes da crise, o papel custava R$ 12.
Americanas: Recuperação judicial
Na semana passada, a varejista revelou ter “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões. Desde então, a empresa vive dias delicados na bolsa até a formalização do pedido de recuperação judicial, protocolado e aceito pela Justiça ontem.
No pedido de recuperação judicial da Americanas, a empresa afirmou que possui R$ 43 bilhões em dívidas. Somado a isso, o caixa da varejista evaporou de mais de R$ 8 bilhões para menos de R$ 800 milhões, sendo que parte destes recursos encontra-se bloqueada pelos bancos credores.
“A história da Americanas segue com determinação rumo a uma nova fase: com o compromisso com a sociedade e disposta a construir soluções que possam vir atender aos credores da empresa”, informou a empresa, em comunicado.
A recuperação judicial da Americanas é a quarta maior da história do Brasil. Até o momento, o maior caso de débitos empresariais levados à Justiça desta forma foi o da antiga Odebrecht, atual Novonor, com dívidas de R$ 80 bilhões.
A medalha de prata deste ranking ficou com a Oi (OIBR3), de R$ 65 bilhões, e o terceiro lugar está com a Samarco, com dívidas de R$ 55 bilhões.
Além da esfera judicial, o escândalo contábil da Americanas também é investigado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que abriu sete processos administrativos deste caso.