A Americanas (AMER3), em recuperação judicial, encerrou o mês de outubro com caixa disponível final R$ 1,104 bilhão, 7,62% menor que o registrado no mês anterior, segundo relatório de atividades mensais da companhia divulgado pelos administradores judiciais.
Segundo o documento, a dívida da Americanas em outubro era de R$ 21,177 bilhões. Na moeda americana, a dívida era de US$ 1,068 bilhão. Os dados não incluem o endividamento bancário associado ao risco sacado.
Durante o mês de outubro, assim como ocorre desde julho, não houve desembolso para pagamento de dívidas. Nos últimos 12 meses, a empresa desembolsou R$ 891,234 milhões para pagamento de dívidas em reais e US$ 20,675 milhões para o pagamento das dívidas em dólares.
O documento explica que os pagamentos registrados a partir de fevereiro de 2023, após o deferimento da recuperação judicial da Americanas, referem-se às parcelas de amortização e juros do empréstimo junto ao Finame.
O total investido pelo Grupo Americanas em outubro de 2023 foi de R$ 14,589 milhões, bem abaixo dos R$ 24,948 milhões investidos em setembro. Em outubro, o canal digital da Americanas não recebeu investimentos.
O prazo médio dos produtos em estoque da Americanas foi de 125 dias em outubro, o que representa uma queda ante os 127 dias registrado no mês anterior. O prazo de recebimento de clientes se manteve em 37 dias em outubro.
O documento informa ainda que a Americanas encerrou outubro com 1.759 lojas, ante 1.779 lojas em funcionamento ao final de setembro. A empresa fechou 121 lojas no período entre janeiro e outubro, totalizando o encerramento de 123 lojas nos últimos 12 meses.
O número de clientes ativos da Americanas era de 42.052.085 ao final de outubro, 0,78% menor que o número de clientes mantidos ao final de setembro.
Americanas (AMER3) conclui encerramento de parceria com a Vibra Energia (VBBR3)
A Americanas informou que concluiu o encerramento da parceria com a Vibra Energia (VBBR3) para a exploração de lojas de conveniência por meio da sociedade Vem Conveniência, conforme estabelecido pelas empresas em 23 de agosto deste ano.
Em fato relevante, a Americanas informou que a Vibra pagou R$ 192 milhões à varejista, e a companhia alterou a denominação social da Vem Conveniência, cuja marca passa a ser utilizada exclusivamente pela Sociedade BR Mania, para Americanas Local S.A.
Assim, com o fim da parceria, a Americanas passou a ser dona de 100% das ações de emissão da Vem, que é detentora das lojas de pequeno varejo local. Já a Vibra passou a deter a totalidade das lojas de pequeno varejo BR Mania, através da VBBR Conveniência, uma nova sociedade incorporada pela Vibra para essa finalidade.
Americanas (AMER3) fecha acordo com parte de credores; saiba mais
Em fato relevante no início desta semana, a Americanas informou ter firmado acordo vinculante de suporte ao plano de recuperação judicial com credores titulares de mais de 35% da dívida da companhia.
A Americanas explicou que protocolará junto à Justiça do Rio de Janeiro um aditamento do plano de recuperação judicial (PRJ).
Além dos credores apoiadores que assinaram o plano de recuperação judicial da Americanas, outros credores que têm participado das negociações recentes já indicaram interesse, de forma não-vinculante, em apoiar o plano, e estão conduzindo processos internos de aprovação para também aderirem ao negócio.
O plano proposto, que agora será votado em uma assembleia geral de credores marcada (AGC) para 19 de dezembro, prevê a capitalização de R$ 24 bilhões, sendo R$ 12 bilhões pelos acionistas de referência da Americanas – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sucupira – e outros R$ 12 bilhões em conversão de dívida concursal por parte dos credores.
A Americanas acredita que terá a adesão de mais de 50% dos credores ao PSA (Plan Support Agreement) até a realização da AGC.
“Este acordo é um marco importante de nosso processo de recuperação judicial e um significativo progresso da Americanas no caminho para a nossa meta de emergir como uma empresa mais forte, mais competitiva, preservando a importante atividade econômica que representa e os milhares de empregos diretos e indiretos gerados em todo o país”, comentou Leonardo Coelho, CEO da varejista.
Principais termos do plano de recuperação judicial da Americanas
O aditamento ao plano de recuperação judicial da Americanas apresenta evolução de alguns dos termos do plano divulgado em março.
Entre eles, está a priorização do pagamento de credores que aceitem receber até R$ 12 mil à vista em cota única, logo após a aprovação do plano, além de alternativas especiais para os credores fornecedores da classe 3.
Além disso, serão reservados R$ 8,7 bilhões para pagamento de credores financeiros da Americanas, através de leilão reverso (R$ 2 bilhões) ou pagamento antecipado de créditos com desconto (R$ 6,7 bilhões).
O PSA da Americanas firmado com os credores traz também como condição precedente que a companhia obtenha, até a data da AGC, a aprovação do conselho de administração para que o PRJ aditado estipule o preço por ação da capitalização.
Caso sejam obtidas todas as aprovações necessárias, e, tendo em vista que a cada três ações emitidas no aumento de capital será conferido um bônus de subscrição com preço de exercício a valor simbólico (R$ 0,01), o preço de emissão de cada ação corresponderá a 1,33 vez ao preço médio de mercado por volume negociado nos últimos 60 dias até a véspera da data da assembleia.
Nesta negociação com os credores, a Americanas conseguiu assegurar, ainda, uma linha de fianças bancárias no valor de R$ 1,5 bilhão, disponível por dois anos após a homologação do plano ou enquanto a companhia estiver em supervisão judicial.
Os credores financeiros da Americanas que oferecerem esse seguro fiança terão acesso prioritário a uma parcela de R$ 1,5 bilhão do pagamento antecipado dos R$ 6,7 bilhões previsto no PRJ.
Após a execução do plano aditado, a dívida bruta da Americanas será de R$ 1,875 bilhão.