Dívidas causam racha entre acionistas da Americanas (AMER3) e CEO abre o jogo sobre crise da Oi (OIBR3): as mais lidas da semana
A notícia mais lida da semana foi sobre Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que decidiram emprestar R$ 1 bilhão para a Americanas (AMER3). Mas foram divulgadas divergências no trio sobre os rumos da varejista e um dos sócios vem sendo apontado como o culpado pelo atual estado de caos. Nesta sexta (10) a Justiça do Rio autorizou uma operação de financiamento por parte do trio de acionistas de R$ 2 bilhões.
Outro tema de destaque foi a notícia sobre a Oi (OIBR3), que pediu uma proteção na Justiça contra os credores, o que é visto como o primeiro passo para que a empresa entre novamente em recuperação judicial. Rodrigo Abreu, CEO da companhia, abriu o jogo na quinta (9) sobre os motivos dessa decisão e admitiu que a venda da V.tal pode ser a “resolução definitiva” das dívidas da empresa.
Despontou ainda entre as mais lidas a notícia sobre o possível pedido de recuperação judicial pela Light (LIGT3). Segundo informações do jornalista Lauro Jardim, do O Globo, a empresa precisaria de um financiamento de R$ 3,3 bilhões nos próximos dois anos.
Além disso, os analistas do BTG Pactual (BPAC11) mudaram o preço-alvo das ações da BB Seguridade (BBSE3) de R$ 40 para R$ 42 no final de 2023.
Veja abaixo o resumo das principais notícias da semana. Acesse os links para ler o texto completo. Bom final de semana!
Lemann, Telles e Sicupira propõem emprestar R$ 1 bilhão para Americanas (AMER3)
Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira decidiram emprestar R$ 1 bilhão para a Americanas (AMER3). Segundo informações divulgadas na segunda (6), os acionistas de referência da varejista devem protocolar essa movimentação na 4º Vara Empresarial do Rio de Janeiro ainda hoje.
De acordo com a coluna do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o dinheiro deve ser utilizado pela Americanas como capital de giro. Assim, as lojas seguirão em funcionamento, incluindo o pagamento dos fornecedores.
O empréstimo será realizado via um financiamento DIP, possibilidade que a varejista já havia informado ao mercado na última semana. A outra metade do empréstimo pode ser liberada por bancos ou fundos de investimento. Porém, esse cenário não está previsto no pedido que será encaminhado hoje à Justiça, de acordo com o colunista.
Atualmente, a varejista está em recuperação judicial e com o “nome sujo” na praça, com dívidas avaliadas em R$ 47,9 bilhões.
Americanas (AMER3): Justiça autoriza injeção bilionária de sócios para salvar varejista
Após rumores de uma injeção de capital bilionária, a Justiça do Rio autorizou uma operação de financiamento por parte do trio de acionistas da Americanas (AMER3), Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, de R$ 2 bilhões.
A injeção de capital na Americanas que foi autorizada pela 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro será a partir da emissão de debêntures títulos de dívida privada.
Essa injeção de capital aconteceria com duas frações de R$ 1 bilhão, com metade sendo injetada ‘imediata e emergencialmente’, e outro R$ 1 bilhão caso outros credores não tenham interesse em financiar a companhia.
Crise na Americanas (AMER3) provoca racha entre Lemann, Telles e Sicupira; entenda
A crise na Americanas (AMER3) causou um racha entre Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira. Segundo informações divulgadas na terça (7), existem divergências dentro do trio sobre os rumos da varejista e um dos sócios vem sendo apontado como o culpado pelo atual estado de caos.
De acordo com a apuração do jornal Valor Econômico, Telles passou a dizer aos sócios que é contra seguir investindo na Americanas pois a empresa apresenta “resultados medíocres” para os seus padrões. Há alguns anos, o executivo defende que o trio deveria vender sua parte do negócio e, com a crise, ele passou a apontar Sicupira como o culpado desse caos.
No trio dos acionistas de referência, Sicupira ficou encarregado da Americanas enquanto Telles foi o responsável pela fusão da Brahma e da Antarctica, que deu origem à Ambev. Com a cobrança dos bancos, Sicupira começou a falar diretamente com os credores.
Jorge Paulo Lemann se arrepende de não ter conseguido vender a varejista e não mostrava entusiasmo pelo negócio, que julgava ser mal gerido. A empresa chegou a ser oferecida para Abilio Diniz, mas o ex-líder do Pão de Açúcar (PCAR3) não quis.
Americanas e os acionistas não responderam os questionamentos do Valor sobre o caso.
CEO da Oi (OIBR3) abre o jogo sobre pré-recuperação judicial: solução é venda da V.tal
Menos de dois meses após a conclusão do processo de recuperação judicial (RJ), a Oi (OIBR3) pediu uma proteção na Justiça contra os credores, o que é visto como o primeiro passo para que a empresa entre novamente em RJ. Rodrigo Abreu, CEO da companhia, abriu o jogo na quinta (9) sobre os motivos dessa decisão e admitiu que a venda da V.tal pode ser a “resolução definitiva” das dívidas da empresa.
“Apesar de termos cumprindo todo o plano [de recuperação judicial], quando a gente olha para a situação da companhia ainda há desafios para poder vencer e chegar na solução definitiva de uma empresa sustentável que seja capaz de não precisar mais nenhum tipo de ação não ortodoxa”, argumentou Abreu.
Em entrevista ao jornal O Globo, o executivo ressaltou que a empresa “está sujeita a variáveis que não são controláveis”.
“Se você tem um aumento muito significativo na curva de juros e do câmbio, há um impacto, obviamente, no plano da companhia. Quando o juro passa de 3% e 4% para 14%, o estoque de dívida cresce automaticamente. E o câmbio que sai de perto de R$ 4 e ultrapassa os R$ 5, a dívida em moeda estrangeira é afetada, já que dois terços da dívida financeira da companhia são em dólar“, explicou.
“Efeito Americanas (AMER3)”? Light (LIGT3) deve pedir recuperação judicial, diz jornal
A Light (LIGT3) pode estar prestes a pedir recuperação judicial. Segundo informações do jornalista Lauro Jardim, do O Globo, a empresa, que tem na composição Ronaldo Cezar Coelho (20%) e Beto Sicupira (10%), que também é acionista referência da Americanas (AMER3), precisaria de um financiamento de R$ 3,3 bilhões nos próximos dois anos.
Responsável pela geração, distribuição, comercialização de energia elétrica na região metropolitana do Rio de Janeiro, a empresa reportou uma dívida líquida de R$ 8,7 bilhões no terceiro trimestre de 2022.
No contexto contábil atual, isso representa cerca de três vezes o Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa. Com isso, o valor de mercado da Light foi reduzido a R$ 1,22 bilhão.
Entre os acionistas da Light estão o fundo Samambaia Master FIA (20% do capital), o fundo Santander PB Fundo de Investimentos em Ações (10%) e a BlackRock (9,2%).
Procurada pelo Suno Notícias, a Light negou a informação por meio de nota. Confira abaixo:
“Conforme já divulgado, a Light recentemente contratou a Laplace para assessorá-la na avaliação de estratégias financeiras que viabilizem a melhoria de sua estrutura de capital e de alternativas para tanto. Portanto, não procede a informação de que a Companhia estaria na iminência de pedir recuperação judicial.”
Às vésperas de balanço, preço-alvo da BB Seguridade (BBSE3) é alterado pelo BTG
Os analistas do BTG Pactual (BPAC11) mudaram o preço-alvo das ações da BB Seguridade (BBSE3) de R$ 40 para R$ 42 no final de 2023. A mudança foi publicada na terça (7) e ocorre às vésperas da divulgação do balanço do quarto trimestre de 2022 da companhia, marcado para quinta (9).
Em relatório, os analistas do BTG Eduardo Rosman, Thiago Paura, Ricardo Buchpiguel e Vitor Melo disseram que a mudança foi feita por causa da incorporação dos números do setor de outubro a dezembro de 2022, divulgados pela SUSEP.
Vemos a BBSE como uma ação ‘defensiva’ e de ‘crescimento’. Não tem risco de NPL, grande visibilidade de resultados e, por não pagar JCP, carrega riscos relacionados à Reforma Tributária muito menores.
O BTG Pactual enxerga um potencial de crescimento de 28% dos papéis, incluindo os dividendos, e recomenda a compra das ações.
Na visão do banco, o quarto trimestre traz três ventos favoráveis para as ações do BB Seguridade:
- Forte crescimento dos prêmios;
- Maiores receitas de corretagem;
- Linha de resultados financeiros mais saudável, auxiliada por uma Selic média mais alta.