Após renunciar à posição de CEO da Americanas (AMER3), Sergio Rial também vai deixar a posição de assessor financeiro. Segundo a apuração do jornalista Lauro Jardim, os principais acionistas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira (3G Capital), escolheram Luiz Muniz, sócio e chefe da América Latina do Rothschild & Co, para negociar a dívida bilionária. Procurada pelo Suno Notícias, a empresa não confirmou a escolha do novo assessor financeiro.
Embora não esteja confirmada a informação de que Muniz será o novo assessor financeiro da Americanas, o banco que ele chefia está sendo oficialmente contratado para comandar as negociações dos débitos no Brasil e no exterior.
“A Americanas passa a ter a Rothschild & Co no Brasil e internacionalmente, representando a empresa na construção de um diálogo franco e aberto, preservando o peso que a empresa tem, tanto com sua função social, como na participação da economia do país”, diz a varejista em nota.
Esse movimento ocorre após a empresa conseguir uma proteção judicial que impede credores de anteciparem a cobrança das dívidas da empresa. As “inconsistências contábeis” da Americanas, avaliadas inicialmente em R$ 20 bilhões, podem levar ao vencimento antecipado de R$ 40 bilhões em dívidas.
Companhia precisará ser capitalizada, diz Rial
Na quinta (12), o ex-CEO da Americanas e, até então assessor financeiro, Sergio Rial destacou que não há dúvida de que a companhia precisará ser capitalizada.
O executivo avisou que será necessário uma capitalização da Americanas, mas que ainda não é possível estimar o tamanho do aporte financeiro necessário para solucionar esse problema contábil. “Ninguém definiu o valor, até porque o número não foi auditado. Mas sabemos que não será uma capitalização de [apenas] milhões”, relatou.
Rial reforçou que o 3G Capital, acionistas de referência da Americanas do qual fazem parte Lemann, Sicupira e Telles, estão comprometidos com o negócio. “Mas eles não podem ser a solução por si só. ‘Me dá um cheque e tá resolvido’, não é assim”.
BTG ataca Lemann e acionistas da Americanas
A Americanas foi à Justiça pedir proteção, aceita pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Contudo, a decisão desagradou algumas instituições financeiras, como o BTG Pactual (BPAC11). O banco de investimentos questionou judicialmente o caso e classificou o pedido da varejista da seguinte forma:
É o fraudador pedindo às barras da Justiça proteção ‘contra’ a sua própria fraude.
Na solicitação negada pela Justiça, os advogados do BTG atacaram os acionistas de referência da Americanas, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira (3G Capital).
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, o time jurídico do banco recorda a trajetória do “trio por trás do controle da empresa” e diz que a Americanas tentou tirar R$ 800 milhões em investimentos na instituição financeira horas antes de publicar o fato relevante que apontava um rombo de R$ 20 bilhões, o que seria um ato de má-fé da varejista.