Ícone do site Suno Notícias

Americanas (AMER3) tentou negociar com agências de rating antes de ter nota rebaixada

Americanas - Foto: Wikimedia Commons

Americanas. Foto: Wikimedia Commons

A Americanas (AMER3) tentou negociar com as agências de classificação de risco antes de ter sua nota de crédito rebaixada, na esteira da divulgação da fraude contábil de R$ 20 bilhões. As informações são da Folha de S. Paulo.

O jornal teve acesso a mensagens de WhatsApp trocadas por executivos dias após o anúncio da fraude contábil da Americanas. Nas conversas, eles falam sobre reuniões com representantes das agências e discutem como negociar um tempo antes da empresa ter a nota rebaixada.

Em um desses diálogos, a então diretora de relações com investidores da Americanas menciona uma reunião com a S&P, afirmando que a agência não tinha a intenção de prejudicar a empresa, mas que não haveria como segurar uma revisão de rating.

Um ex-diretor financeiro da empresa, por sua vez, mostrou preocupação com o tempo que a empresa teria para negociar com os credores.

“Preciso de visibilidade de como foi a conversa com o rating. Não podemos ser surpreendidos com um downgrade. Temos que ter tempo hábil, em isso acontecendo, de compor com os bancos as margens necessárias para os hedges dos bonds”, diz, se referindo à proteção dos títulos de dívida.

Os diretores da Americanas receberam uma orientação para serem mais rígidos no discursos com as agências de rating a fim de garantirem mais tempo antes do rebaixamento para default, que corresponde a calote.

A tentativa, no entanto, não deu certo, uma vez que dois dias após o anúncio da fraude contábil, as agências de classificação de risco passaram a revisar para baixo a nota da Americanas.

A S&P Global Ratings foi a primeira, rebaixando a nota para B e depois para D, equivalente a calote. Em relatório, a agência citou também a possibilidade de recuperação judicial, que acabou por se concretizar.

A Fitch, por sua vez, começou com um rebaixamento para CC e depois atualizou para C, enquanto a Moody’s primeiro revisou a nota da Americanas para Caa3 e, posteriormente, cortou para Ca.

Sair da versão mobile