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Americanas (AMER3) é multada em R$ 11 milhões pelo Procon-MG; empresa se manifesta

Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas (AMER3), não depôs na CPI desta terça-feira (1º) após apresentar um atestado médico. Leia mais.

Americanas (AMER3). Foto: Divulgação

A Americanas (AMER3) foi multada em R$ 11 milhões pelo Procon-MG, órgão do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Segundo informações divulgadas nesta sexta (3), a multa administrativa ocorreu por conta do descumprimento de ofertas, cancelamento de pedidos e falta de entrega de produtos adquiridos pelos clientes da varejista, de acordo com o órgão.

Procurada pelo Estadão, a varejista afirmou que ainda não foi notificada pelo Procon-MG e que, “assim que estiver de posse do documento, irá analisar a demanda e tomar as medidas cabíveis”.

“A companhia reitera também que tem excelente reputação no ranking Reclame Aqui, com alto índice de solução, e há 10 anos é reconhecida por seu atendimento ao cliente no Prêmio Reclame Aqui”, disse a varejista, em nota.

A apuração de infrações teve início após a representação de um consumidor que comprou uma geladeira no site da Americanas, tendo em seguida a compra cancelada e o valor reembolsado sob a alegação de indisponibilidade de estoque – o que, segundo o Procon, lesa o consumidor.

O órgão afirma que, com base na reclamação, apurou que esse tipo de infração pela Americanas era recorrente, identificando 445 reclamações de consumidores de Minas Gerais sobre o tema somente no portal Reclame Aqui, em um período de dois anos, de 4 de janeiro de 2020 a 4 de janeiro de 2022.

“Ao agir nesse sentido, de forma recorrente, o Procon-MG entendeu que a empresa tem lesado a coletividade e, por isso, aplicou a multa administrativa. A medida foi tomada, conforme a decisão do órgão do MPMG, para evitar reiteração de infrações futuras e para preservar o funcionamento normal do mercado consumidor, de acordo com o que está previsto no Código de Defesa do Consumidor (CDC)“, diz a nota do Procon-MG.

Recuperação judicial da Americanas

Atualmente, a empresa encontra-se em recuperação judicial e, segundo informações divulgadas na quarta (1º), um pente fino nas contas identificou R$ 6,6 bilhões a mais em débitos. Assim, o valor total do rombo saltou de R$ 41,2 bilhões para R$ 47,9 bilhões.

Além disso, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) colocou os e-mails da varejista sob sigilo e autorizou o compartilhamento dessas informações com a CVM. A Justiça havia determinado o recolhimento das conversas digitais do alto escalão da companhia após um pedido do Bradesco (BBDC4).

Enquanto as inconsistências contábeis da Americanas são atualizadas, a empresa protagoniza uma intensa guerra judicial contra os bancos. No último capítulo deste embate, a varejista acusou o BTG Pactual (BPAC11) de participação e culpa no rombo bilionário.

Segundo uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o BTG não teria repassado todos os dados dos ativos e passivos da Americanas para a auditoria PwC. Assim, os advogados da rival do Magazine Luiza (MGLU3) dizem que a atitude do banco contribuiu para a crise contábil.

Procurado pelo Suno Notícias, o banco de André Esteves classificou as acusações da Americanas como “levianas criações de narrativas”

Com Estadão Conteúdo

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