Americanas (AMER3) pede mais tempo para apresentar lista de credores
A Americanas (AMER3) solicitou à Justiça do Rio de Janeiro que o prazo para apresentar a lista de credores seja estendido. A defesa da varejista pediu que seja estabelecido a data limite na quarta-feira (25) — se o entendimento do TJRJ não for este, os advogados pedem que sejam concedidas mais 48 horas para que a lista seja protocolada.
Os advogados dos escritórios Basilio e Salomão, Kaiuca, Abrahão, Raposo Cotta, que representam a varejista, alegam que a intimação do deferimento do pedido de recuperação judicial da Americanas foi expedida na sexta-feira (20), e lida pela companhia no sábado, às 18h31.
Desta forma, a defesa da Americanas entendem que o prazo de 48 horas para que a lista de credores fosse apresentada se iniciaria, deste modo, às 6 horas desta segunda-feira (23). Com isso, o prazo se encerraria na quarta-feira (25). Eles alegam, ainda, que prazos processuais não se iniciam ou se encerram em dias não úteis.
Outro fator que atrasaria o início do prazo é o fato de que a última sexta-feira (20) foi feriado no Rio de Janeiro, comarca em que o processo está correndo. Inicialmente, havia a expectativa de que a lista de credores da Americanas fosse apresentada nesta segunda.
Sócios de referência afirmam que ‘desconheciam manobras contábeis’
Desde a descoberta do rombo bilionário nos balanços contábeis, a consequente desvalorização de mais de 90% e o pedido de recuperação judicial da Americanas, os seus acionistas de referência não haviam falado sequer uma palavra.
A situação mudou neste domingo (22), quando Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira resolveram quebrar o silêncio sobre a crise da Americanas – um dos maiores escândalos do capitalismo brasileiro.
Em nota pública, conjunta e que veio de uma assessoria de crise, o trio da 3G Capital disse que desconhecia as manobras contábeis que foram reveladas posteriormente pelo então CEO, Sergio Rial.
“Nossa atuação sempre foi pautada, ao longo de décadas, por rigor ético e legal”, diz o trio de bilionários que detém uma participação societária na casa dos 40% na Americanas.
A recuperação judicial da Americanas envolve R$ 43 bilhões em dívidas, distribuídas entre 16,3 mil credores. Os maiores seriam os bancos credores da companhia, de acordo com fontes.
Com informações do Estadão Conteúdo