Americanas (AMER3): Lemann pode terminar guerra com bancos nesta semana; saiba como
Os empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira têm o poder de terminar a guerra dos bancos contra a Americanas (AMER3) ainda nesta semana. De acordo com informações publicadas nesta quarta (29), caso o aporte dos bilionários chegue aos R$ 12 bilhões, um acordo será assinado rapidamente.
De acordo com a colunista Neuza Sanches, da Veja, uma nova reunião entre os bancos credores e os acionistas de referência da varejista está marcada para esta semana.
Atualmente, a proposta de Lemann, Telles e Sicupira conta com um aporte de R$ 10 bilhões. Contudo, de acordo com banqueiros ouvidos pela colunista, “os bancos não vão ceder”. “R$ 2 bilhões fazem diferença, pois os bancos convertem outros R$ 2 bilhões. Fica uma empresa viável”, explicou outro banqueiro.
Na recuperação judicial da Americanas, os maiores débitos são com os bancos privados. As dívidas somam R$ 19,5 bilhões, sendo que os maiores credores são:
- Bradesco (BBDC4): R$ 5,1 bilhões;
- Santander (SANB11): R$ 3,6 bilhões;
- BTG Pactual (BPAC11): R$ 3,5 bilhões;
- Itaú Unibanco (ITUB4): R$ 2,7 bilhões;
- Safra: R$ 2,5 bilhões
Crise na Americanas: Lemann na mira da CVM
João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse que a crise na Americanas colocou os negócios de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira na mira da autarquia. Na terça (28), o executivo participou de uma audiência no Senado sobre o tema e chamou o escândalo contábil da varejista de “lamentável e gravíssimo”.
“Sem querer tirar conclusões, os acionistas controladores têm políticas bastante agressivas sobre contabilização de despesa, buscando tirar o maior prazo possível dos fornecedores. As políticas dos acionistas controladores nos deixam atentos a outras empresas de que participam”, argumentou Nascimento durante uma audiência pública no Senado Federal sobre a crise na Americanas.
Na sessão, o ex-CEO Sergio Rial também esteve presente e revelou que foi vetado de uma reunião por Miguel Gutierrez, executivo que comandou a varejista antes da explosão da crise.
“Na última semana de dezembro de 2022, até o dia 26 de dezembro, não se sabia prospectivamente qual seria o resultado da Americanas para 2022. Na verdade, não sabemos até hoje. Eu, obviamente, tentando entender esse ano, que seria base para projetar o orçamento de 2023. Há uma reunião organizada pelo ex-presidente [Gutierrez], em que ele pede para que eu não participe do fechamento, pouco comum essa atitude, e não participo”, detalhou Rial.