O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) colocou os e-mails da Americanas (AMER3) sob sigilo e autorizou o compartilhamento dessas informações com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A Justiça havia determinado o recolhimento das conversas digitais do alto escalão da companhia após um pedido do Bradesco (BBDC4).
Segundo o jornal O Estado de São Paulo, a varejista pediu à Justiça que as conversas fiquem sob sigilo até que os peritos nomeados pelo Tribunal realizem uma triagem no material.
“O teor dos documentos a serem apresentados pelo Grupo Americanas tem caráter sigiloso, contendo não só informações sobre negócios, mas também sobre a vida privada das pessoas atingidas”, escreveu o time jurídico da Americanas no pedido.
A decisão judicial determinou que o sigilo na Americanas abrange apenas e-mails, documentos e demais dados apreendidos até que eles passem pelo processo de triagem.
Em meio a guerra judicial da Americanas contra os bancos, o Bradesco havia pedido a apreensão dos e-mails com o intuito de tentar encontrar os responsáveis pelo rombo contábil de R$ 20 bilhões.
Americanas: Guerra contra BTG
A recuperação judicial da Americanas tem mais dívidas do que a própria companhia imaginava. Um pente fino nas contas da varejista identificou R$ 6,6 bilhões a mais em débitos. Assim, o valor total do rombo saltou de R$ 41,2 bilhões para R$ 47,9 bilhões.
Enquanto isso, o embate entre Americanas e BTG por causa das inconsistências contábeis segue acirrado. A varejista acusou o BTG Pactual (BPAC11) de participação e culpa no rombo bilionário.
Segundo uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o BTG não teria repassado todos os dados dos ativos e passivos da Americanas para a auditoria PwC. Assim, os advogados da rival do Magazine Luiza (MGLU3) dizem que a atitude do banco contribuiu para a crise contábil.
Ao Suno Notícias, o banco de André Esteves classificou as acusações da Americanas como levianas “criações de narrativas”.