A Americanas (AMER3) entrou com um pedido na Justiça para que as concessionárias Light (LIGT3) e a Enel São Paulo não interrompam o fornecimento de energia elétrica em seus estabelecimentos. Em petição desta segunda-feira (30), a varejista pede que todas as prestadoras de serviços públicos e essenciais (como telecomunicações e provedoras de internet) “abstenham-se de interromper os serviços prestados ao Grupo Americanas”.
No pedido de tutela de urgência, a varejista alegou a decorrência de cobranças de créditos sujeitos à recuperação judicial — que foi aceita pela Justiça no dia 19. Junto a isso, os advogados da Americanas requisitaram uma multa diária de R$ 100 mil às prestadores em caso de interrupção de serviços.
“Mesmo diante da imprescindibilidade dos serviços prestados pelas concessionárias e outros parceiros comerciais, após o deferimento da recuperação judicial, o Grupo Americanas foi notificado pela empresa Enel Distribuição São Paulo, que informou às recuperandas que os serviços de energia elétrica fornecidos aos estabelecimentos da marca Hortifruti seriam interrompidos a partir de 8 de fevereiro de 2023, tendo em vista o inadimplemento das faturas que estavam em aberto antes do ajuizamento do pedido de recuperação judicial. No mesmo sentido, também foram enviados 3 avisos de corte pela empresa Light Serviços de Eletricidade”, diz o texto protocolado na Justiça.
Procurada pelo Suno Notícias, a Americanas não retornou o contato até o fechamento desta matéria.
Americanas é alvo de ação de despejo em shopping
Ainda nesta segunda-feira (30), a Americanas também se tornou alvo de ação de despejo em shopping no interior de São Paulo por falta de pagamento. O processo foi movido pelo Condomínio Tivoli Shopping Center na 3ª Vara Cível de Santa Bárbara D’Oeste.
À Bloomberg Línea, a Americanas informou que “os valores de aluguéis vencidos e não pagos até a data do pedido da Recuperação Judicial constituem dívidas que seguirão as exigências do processo, que a impede de efetuar pagamentos cujo evento de origem seja anterior ao início do pedido realizado”.
Além de frisar que ainda irá negociar com credores, a varejista destacou que em relação aos eventos posteriores ao início da recuperação, as operações segue em regime de normalidade. “A Americanas reforça seu compromisso na busca de uma solução de curto prazo com os seus credores”, disse a varejista.
Impacto da crise nas ações
Desde a revelação do rombo de R$ 20 bilhões em inconsistências contáveis, foram mais de 90% de queda nas ações.
O valor de mercado da companhia, baseado na cotação das ações AMER3, é de R$ 1,08 bilhão.
A Americanas está em recuperação judicial após o desenrolar da crise.