O comitê independente instalado para investigar o escândalo da Americanas (AMER3) pode levar mais tempo do que o planejado inicialmente para finalizar seus trabalhos. De acordo com informações divulgadas nesta sexta (3), existem fortes indícios de que houve uma fraude contábil na varejista.
“Não restam muitas dúvidas sobre a ocorrência de fraude“, decretou uma fonte ouvida pela Coluna do Broadcast, do jornal O Estado de São Paulo.
De acordo com os interlocutores, as indicações apontam que as inconsistências contábeis avaliadas em R$ 20 bilhões eram praticadas “entre sete e oito anos”.
Assim, deve ser necessário mais tempo para aprofundar as apurações, verificar se não foram praticadas fraudes de outras naturezas e checar o grau de envolvimento da administração da varejista. Dessa forma, existe a possibilidade de que os trabalhos se arrastem por vários meses.
O Suno Notícias questionou a Americanas sobre o caso, mas não obteve retorno até a publicação.
Recuperação judicial da Americanas
A recuperação judicial da Americanas tem mais dívidas do que a própria companhia imaginava. Segundo informações divulgadas na quarta (1º), um pente fino nas contas da varejista identificou R$ 6,6 bilhões a mais em débitos. Assim, o valor total do rombo saltou de R$ 41,2 bilhões para R$ 47,9 bilhões.
Além disso, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) colocou os e-mails da varejista sob sigilo e autorizou o compartilhamento dessas informações com a CVM. A Justiça havia determinado o recolhimento das conversas digitais do alto escalão da companhia após um pedido do Bradesco (BBDC4).
Enquanto as inconsistências contábeis da Americanas são atualizadas, a empresa protagoniza uma intensa guerra judicial contra os bancos. No último capítulo deste embate, a varejista acusou o BTG Pactual (BPAC11) de participação e culpa no rombo bilionário.
Segundo uma reportagem do jornal O Estado de São Paulo, o BTG não teria repassado todos os dados dos ativos e passivos da Americanas para a auditoria PwC. Assim, os advogados da rival do Magazine Luiza (MGLU3) dizem que a atitude do banco contribuiu para a crise contábil.
Procurado pelo Suno Notícias, o banco de André Esteves classificou as acusações da Americanas como “levianas criações de narrativas”
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