Dentro do furacão, Americanas (AMER3) enfrenta cicatrizes para sobreviver à recuperação judicial
No último mês, a Americanas (AMER3) tornou-se praticamente um sinônimo de notícias ruins: suspeita de fraudes, dívidas bilionárias, recuperação judicial, entre outras problemas. Enquanto se afasta lentamente do olho do furacão, a varejista de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira enfrenta as cicatrizes causadas pela crise para sobreviver a essa tempestade.
De acordo com um levantamento feito pela WebGlobal a pedido do Suno Notícias, entre os dias 11 a 22 de janeiro, as ofertas no e-commerce da Americanas caíram 31,16%, e os produtos ofertados apresentaram um recuo de 18,86%.
“As ofertas são todos os produtos que estão sendo vendidos nas lojas. Por exemplo, tenho um iPhone 13 Rosa. Associo todas as ofertas [anúncios] da loja a esse produto”, explica Marcelo Magalhães, diretor de produtos da WebGlobal.
Uma das hipóteses apontadas pela companhia de monitoramento do mercado online para essa queda foi o receio dos vendedores de que a companhia apresentasse problemas no repasse de pagamentos.
Contudo, após esse primeiro tombo, a varejista começou a se recuperar e, entre os dias 25 de janeiro a 8 de fevereiro, viu as ofertas no digital crescerem 20%.
Em comunicado à imprensa enviado na última sexta (10), a Americanas afirmou que os parceiros do marketplace “seguem recebendo o repasse de suas vendas conforme calendário programado, a cada 15 dias”.
Além disso, a companhia anunciou um projeto piloto para pagamento semanal aos lojistas por vendas realizadas na plataforma.
Americanas de olho na Páscoa
Enquanto as operações no digital retornam ao nível pré-crise, a Americanas aposta com força total na campanha da Páscoa. A varejista, que se intitula como a dona da “maior Páscoa do mundo”, espera vender mais de 13 milhões de itens.
“A Páscoa, que é a verdadeira ‘Black Friday do chocolate’ da Americanas, será prolongada e contará com uma grande variedade de sortimento, oferecendo opções de produtos e condições especiais para atender todos os gostos e bolsos”, adianta Aleksandro Pereira, diretor comercial da Americanas.
Segundo o executivo, o estoque da Americanas contará com mais de 400 opções de chocolates e produtos de mercado e mercearia para o almoço da Páscoa. “A Páscoa é a confirmação da normalidade das operações da Americanas”, defende ele.
Procurada pela reportagem, a varejista reafirma que as ofertas do marketplace voltaram a patamares similares aos de antes da crise nos últimos dias.
“As operações seguem da mesma forma, tanto para pequenos parceiros, como para indústrias que usam a plataforma da companhia. A força da marca Americanas, com mais de 90 anos de história, e a relação próxima e transparente com os lojistas parceiros abriu portas para a entrada de novos sellers neste período recente”, complementa a companhia.