Varejistas da bolsa brasileira, de um modo geral, não são notórias pela distribuição de dividendos. A Americanas (AMER3), contudo, pagou mais de R$ 2 bilhões em proventos no acumulado dos últimos 10 anos. Os dados são de um levantamento realizado pelo TradeMap.
Com isso, os dividendos da Americanas ficam bem acima das concorrentes – como Via (VIIA3) e Magazine Luiza (MGLU3).
A cifra de R$ 2,1 bilhões dos proventos da companhia é corrigida pela inflação e representa quase o dobro do R$ 1,1 bilhão distribuído pelo Magalu.
A companhia também teve os bônus de diretores questionados após revelar um rombo de R$ 20 bilhões em seus balanços contábeis.
Existem ainda mais de R$ 700 milhões pagos aos diretores com base em desempenho nos últimos 10 anos. Desempenho que, agora, é questionado, com a revelação das inconsistências contábeis.
Considerando a média de 18 diretores por ano (juntando a operação das Lojas Americanas e B2W, antes da unificação), foram R$ 3,9 milhões para cada por ano ou quase R$ 40 milhões por cabeça em uma década.
Foram R$ 448,6 milhões de remuneração na janela entre 2011 e 2020, ao passo que o conselho de administração recebeu R$ 28,8 milhões nesse mesmo período.
Além disso, especificamente entre 2020 e 2021 o valor médio pago a diretores praticamente dobrou, passando de R$ 4,3 milhões, em valor corrigido pelo inflação, para R$ 8,5 milhões.
Já a proposta para 2022 previa uma média de R$ 11,8 milhões em salários, bônus e ações.
Vale lembrar que até meados de 2016 não era possível saber quanto cada diretor da Americanas recebia em sua remuneração, sendo possível vislumbrar somente a cifra total destinada à administração da varejista.
Desempenho das ações da Americanas
Desde a revelação do rombo de R$ 20 bilhões nos balanços, as ações da varejista caíram mais de 93%.
Com isso, o valor de mercado da Americanas caiu de R$ 10,8 bilhões para atuais R$ 739 milhões, segundo dados atualizados pelo Status Invest.