Americanas (AMER3) dispara mais de 100% em uma semana: rali vai continuar? entenda

As ações da Americanas (AMER3) acumulam uma variação positiva de mais de 110% nos últimos cinco dias. O rali dos papéis ocorreu após a varejista divulgar o balanço de resultados do terceiro trimestre deste ano, que surpreendeu positivamente os investidores.

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Entre julho e setembro, a Americanas registrou um lucro líquido de R$ 10,279 bilhões, revertendo o prejuízo de R$ 1,630 bilhão apresentado no mesmo período do ano anterior. Além disso, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) – importante indicador para a análise da saúde financeira de uma empresa – ficou em R$ 547 milhões, ante um valor negativo de R$ 2,80 bilhões em 2023. 

Este foi o primeiro balanço de resultados apresentado pela varejista desde o processo de capitalização e pagamento de parte dos credores. A varejista entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023, após reportar uma dívida de R$ 43 bilhões. 

“Eliminamos quase a totalidade das dívidas concursais e transformamos a Americanas em uma empresa com dívida equivalente ao seu volume de caixa e recebíveis, endereçando a estrutura de capital. A reestruturação também resultou na reversão do patrimônio líquido da companhia de R$ 30,4 bilhões negativos em junho de 2024 para R$ 5,7 bilhões positivos no fim de setembro de 2024″, destacou a varejista no relatório de resultados.

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Ações da Americanas (AMER3) vão continuar subindo?

De acordo com Idean Alves, planejador financeiro e especialista em mercado de capitais, os papéis da companhia podem continuar subindo no curto prazo, em meio à euforia do mercado com os resultados recentes. No entanto, o cenário para os próximos meses ainda não é positivo. 

“Esse efeito não deve se repetir. A dívida da empresa continua alta, e com prejuízos acumulados de R$ 34,3 bilhões. Além disso, os resultados operacionais ainda não permitem projetar uma retomada sustentada. A empresa fechou 105 lojas nos últimos 12 meses, e o ticket dos produtos vendidos têm caído, o que aumenta a rotatividade do estoque, demanda menos capital, mas também gera menos receita”, explica o especialista.

Segundo ele, os números reportados não indicam o fim da recuperação judicial, visto que ainda é necessário entender quais serão as estratégias da companhia para aumentar o faturamento em um cenário com um número menor de lojas, ticket de preços mais baixos e aumento da concorrência.

“Ainda há muito trabalho na recuperação judicial. O primeiro passo é equilibrar o balanço de receita x dívidas. O que aconteceu nesse trimestre é que a empresa conseguiu ter um faturamento maior que o endividamento, mas além disso tem que ter margem de lucro para ir honrando os compromissos da recuperação judicial, e esse casamento de fluxo de caixa é muito delicado, pois qualquer cenário econômico adverso ou mercado desafiador pode fragilizar as contas da empresa e gerar novos prejuízos”, destaca Alves sobre o cenário de recuperação judicial da Americanas.

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Giovanna Oliveira

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