As ações da Americanas (AMER3) se destacam como uma das maiores altas da Bolsa de valores nesta quinta-feira (14), após a companhia ter divulgado seu balanço do terceiro trimestre.
Por volta das 13h, as ações da Americanas (AMER3) disparavam 68,75%, cotadas a R$ 5,67.
No terceiro trimestre deste ano, a companhia apresentou lucro de R$ 10,279 bilhões, revertendo prejuízo de R$ 1,630 bilhão apresentado no mesmo período de 2023.
Na teleconferência de resultados da Americanas, a empresa afirmou que está confiante em sua capacidade de melhorar a margem bruta no quarto trimestre, tradicionalmente o mais importante para o varejo. Essa expectativa se baseia na atenção total da administração à operação da empresa, após o pagamento da maior parte dos credores no processo de recuperação judicial do grupo.
“Continuamos confiantes na expansão da margem bruta”, afirmou a diretora financeira Camille Loyo Faria.
A companhia destacou um crescimento de 13,6% nas vendas em mesmas lojas no trimestre. O presidente-executivo da Americanas, Leonardo Coelho, atribuiu parte desse aumento ao foco em reposicionar as lojas físicas com um mix de produtos mais tradicional, alinhado à história da empresa, que remonta aos anos 1930.
“A proposta de valor da Americanas passa por um mix que remete ao passado, com produtos de baixo valor agregado, mas altamente resilientes em momentos de crise e restrições de consumo”, disse Coelho, referindo-se a itens como bombons, eletroportáteis, produtos para casa e brinquedos.
Desde o escândalo contábil que levou a empresa à recuperação judicial em janeiro de 2023, a Americanas fechou 100 lojas e está aproveitando parte da infraestrutura dessas unidades para novas aberturas em locais mais estratégicos. “Estamos na fase final de seleção de alguns pontos para novas lojas”, disse Coelho, sem dar mais detalhes.
No terceiro trimestre, a companhia finalizou o reperfilamento dos credores financeiros e a dívida bruta passou de R$ 45,2 bilhões em junho de 2024 para R$ 1,7 bilhão no final de setembro de 2024. A dívida atual da Americanas é composta por R$ 1,6 bilhão em debêntures públicas da companhia, além de R$ 75 milhões em empréstimos e financiamentos de outras empresas do grupo não recuperandas e que, portanto, não fizeram parte da Recuperação Judicial.