Nesta quinta-feira (27), a Polícia Federal deflagrou a Operação Disclosure, que tem como objetivo esclarecer a participação de ex-diretores da Americanas (AMER3) nas fraudes contábeis de R$ 25,3 bilhões identificadas na empresa em 2022.
Foram emitidos mandados de prisão preventiva contra Miguel Gutierrez, ex-CEO da empresa, e Anna Chistina Ramos Saicali, ex-diretora. Ambos estão no exterior.
Além disso, agentes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão em 15 endereços no Rio de Janeiro.
A 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro determinou também a apreensão de bens e valores que somam mais de R$ 500 milhões.
As investigações contam com a colaboração da atual diretoria da Americanas e são conduzidas em conjunto com o Ministério Público Federal e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Os ex-diretores são suspeitos de praticarem fraudes contábeis relacionadas às operações de risco sacado, nas quais a empresa consegue antecipar o pagamento a fornecedores através de empréstimo junto aos bancos.
Além disso, eles também teriam fraudado contratos de verba de propaganda cooperada (VPC), que consistem em incentivos comerciais geralmente utilizados no setor. Contudo, eram contabilizados VPCs que nunca existiram.
Difusão vermelha da Interpol
De acordo com a Folha de S. Paulo, o ex-CEO da Americanas e a ex-executiva da empresa também foram incluídos na difusão vermelha da Interpol.
Esse sistema é utilizado para que a ordem de prisão de pessoas que estejam no exterior seja publicizada. Com isso, os países que integram a Interpol podem cumprir o mandado em caso de deslocamento dos alvos.
Miguel Gutierrez, que tem dupla nacionalidade, brasileira e espanhola, deixou o Brasil logo após sair do comando da Americanas. Saicali, segundo apuração da Folha, também se encontra no exterior, ainda que a sua assessoria não tenha atendido às tentativas de contato feitas pelo jornal.
Desempenho das ações da Americanas (AMER3)
Confira a movimentação recente dos papéis da Americanas (AMER3):
Cotação AMER3