Em meio ao processo de recuperação judicial, a Americanas (AMER3) começou a interromper contratos com empresas terceirizadas. A decisão causou um “efeito cascata” nos fornecedores, que iniciaram uma rodada de demissões.
Questionada pelo Suno Notícias, a varejista disse que não iniciou nenhum processo de demissão de funcionários nos últimos dias, mas que “apenas interrompeu alguns contratos de empresas fornecedoras de serviços terceirizados”.
A Americanas atua nesse momento na condução de seu processo de Recuperação Judicial, cujo um dos objetivos é garantir a continuidade das atividades da empresa, incluindo o pagamento dos salários e benefícios de seus funcionários em dia. O plano de recuperação definirá quais serão as ações da empresa para os próximos meses e será amplamente divulgado assim que for finalizado.
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, a varejista encerrou contratos com 50 prestadores de serviço na área de tecnologia da informação em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Porto Alegre.
Até o momento, não foram identificados relatos de demissões em massa dentro da Americanas, segundo os sindicatos dos comerciários do Rio de Janeiro e de São Paulo.
A varejista tem 45 mil funcionários, mas o número chega a 100 mil quando considerados colaboradores diretos e indiretos da empresa. Assim, os cortes de contratos de terceirizados podem levar a um efeito dominó no mercado de trabalho.
Fornecedores no Rio de Janeiro já iniciaram demissões de funcionários por causa da crise na Americanas.
Americanas: empréstimo com “nome sujo”
Enquanto a recuperação judicial segue em andamento, a Americanas estuda realizar um empréstimo-ponte para empresas com problemas, ferramenta conhecida como DIP. O crédito seria em torno de US$ 2 bilhões, sendo que metade teria que ser aportada por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.
Em recuperação judicial com R$ 43 bilhões em dívidas, a varejista está em situação delicada para conseguir dinheiro nos bancos. E, de acordo com as fontes do Estadão/Broadcast, será ainda mais difícil conseguir os recursos sem a participação dos bilionários.
Segundo a reportagem, o aporte pode sair nos próximos dias e as conversas já estão sendo feitas, inclusive com fundos nacionais e internacionais que compram papéis de empresas com problemas.
Nesse cenário, uma das possibilidades é de que a Americanas ofereça algumas das suas unidades de negócio como garantia aos novos credores.
O empréstimo bilionário na Americanas seria uma forma de manter a companhia em funcionamento, mas só no curto prazo, de acordo com as fontes.
Enquanto o plano de recuperação judicial não é formatado e iniciado, a Americanas fica nessa corda bamba para manter sua atividade, pagar funcionários e seguir tendo estoque.