Em fato relevante divulgado na manhã desta segunda-feira (18), a Americanas (AMER3) informou que conta com o apoio de 57% dos credores da companhia para a aprovação do plano de recuperação judicial.
A assembleia para deliberar sobre o assunto está marcada para esta terça-feira (19), disse a Americanas (AMER3).
No texto, a varejista confirmou que recebeu termos de adesão ao plano de recuperação judicial do BTG Pactual Asset Management, em nome dos fundos por ela geridos, pelo Banco Safra e pela Oliveira Trust.
Segundo a Americanas, para garantir a aprovação do plano, além da aprovação por maioria do volume de créditos, a companhia precisa contar também com o voto favorável da maioria simples dos credores presentes, sendo que, neste critério, cada credor tem direito a um voto no cômputo geral.
No fato relevante, a varejista também esclareceu que os termos de adesão recebidos na última sexta-feira (15) foram de fundos geridos pelo Itaú Unibanco Asset Management e não pela gestora diretamente.
Na última sexta-feira (15), segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o Banco Safra decidiu por aderir aos termos do plano de recuperação judicial da Americanas, apresentado pela companhia no último dia 27 de novembro.
Agora, a Americanas conta com o apoio de nove instituições financeiras, que reúnem quase R$ 22,5 bilhões em dívidas, ou 53% do total, disse o Valor Econômico. A publicação apurou que a volta do Safra à mesa de negociação ocorreu há cerca de 10 dias, embasada por uma análise econômica.
Americanas (AMER3): trio de sócios adiantará R$ 3,5 bilhões após homologação de recuperação judicial
O trio de acionistas de referência da Americanas, formado por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, vai adiantar R$ 3,5 bilhões à companhia até 15 dias após a homologação do plano de recuperação judicial. A informação está em apresentação que a rede varejista fez aos credores no início da semana passada.
O valor é parte do aporte total de R$ 12 bilhões que os três sócios da Americanas farão na companhia com a aprovação do plano de recuperação judicial. Segundo a varejista, esse adiantamento vai viabilizar os primeiros pagamentos.
Os R$ 12 bilhões contam ainda o empréstimo DIP (debtor-in-possession) de R$ 2 bilhões, concedido pelos três à varejista neste ano. A rede já utilizou R$ 1,5 bilhão desse montante.
Ainda de acordo com a Americanas, “ambos os financiamentos DIP fazem parte dos R$ 12 bilhões que serão capitalizados”. Em paralelo, o plano de recuperação judicial da Americanas prevê uma conversão de dívidas bancárias também de R$ 12 bilhões por parte dos credores. Ao todo, portanto, a Americanas será capitalizada em R$ 24 bilhões.
Em outro ponto da apresentação, a companhia detalha quais ativos devem vender no processo de recuperação judicial. A Americanas é obrigada a se desfazer do Hortifrúti Natural da Terra (HNT) e da Uni.co, e pode fazer “transações que agreguem valor a sua estratégia” com o braço de varejo digital e com a fintech Ame.
Segundo a Americanas, valores até R$ 1 bilhão provenientes das vendas serão direcionados ao pagamento antecipado de debêntures. Valores entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões ficarão disponíveis para a empresa, e o que exceder R$ 2 bilhões também irá para o pagamento de debêntures.
A Americanas detalhou ainda pontos do acordo, fechado no final de novembro, como as condições de pagamento e o compromisso de não-litigar que os credores que aderirem terão de assumir. Estes pontos já haviam sido apresentados pela empresa quando divulgou o balanço de 2022, no mês passado, e também no fechamento do acordo.