Um grupo de credores estrangeiros da Americanas (AMER3) contratou a Moelis como assessor financeiro na cobrança dos débitos avaliados em cerca de US$ 330 milhões. Segundo informações divulgadas nesta quinta (23), esses credores querem ter peso na hora das negociações e recorreram ao trabalho da empresa que atendeu os “gringos” durante o processo de recuperação judicial da Oi (OIBR3).
Segundo a Coluna do Broadcast, do jornal O Estado de São Paulo, o valor total dos títulos de dívida emitidos pela Americanas no exterior (bonds) é de aproximadamente US$ 1,1 bilhão.
Em 2018, a Moelis representou os bondholders da Oi. O grupo de credores estrangeiros acabou tornando-se acionista da empresa de telecomunicações durante o processo de recuperação judicial.
Atualmente, a empresa de assessoria financeira representa a Oi no processo de renegociação das dívidas com os atuais credores.
Além da Moelis, os credores internacionais da Americanas contrataram os escritórios de advocacia Aking Gump (internacional) e Padis Mattar (nacional) para atuarem no caso.
De acordo com a reportagem, os assessores também querem atrair os debenturistas para essa bancada de credores – as dívidas das debêntures da Americanas somam cerca de R$ 6 bilhões. Além do grupo liderado pela Moelis, o escritório Felsberg Advogados já havia formado outro grupo com debenturistas e bondholders.
Recuperação judicial da Americanas
A recuperação judicial da Americanas conta com dívidas que superam a casa dos R$ 40 bilhões.
Segundo informações divulgadas pela Reuters, a cifra atualizada seria de R$ 48 bilhões, mas a lista finalizada das dívidas da Americanas deve sair só no final de março.
Na Justiça, a empresa pediu para priorizar o pagamento das dívidas trabalhistas e dos débitos com pequenas e médias empresas (PMEs), avaliados em R$ 192,4 milhões. A solicitação será avaliada pelos magistrados.
Na quinta (16), os acionistas de referência fizeram a proposta de uma capitalização de R$ 7 bilhões. Contudo, os bancos esperam um mínimo de R$ 15 bilhões, o que representa quase 10% da fortuna dos empresários, de acordo com um mapeamento realizado pelo Suno Notícias.
Até o momento, Lemann, Telles e Sicupira não toparam dar o braço a torcer nesse patamar esperado pelos bancos durante as negociações da crise da Americanas.