A CPI da Americanas (AMER3) aprovou nesta terça (30) o convite para que o ex-presidente da varejista, Miguel Gutierrez, seja convidado a comparecer à Câmara dos Deputados e prestar esclarecimentos sobre a crise contábil da empresa. O executivo liderou a companhia no período em que ocorreram as “inconsistências contábeis” que culminaram no pedido de recuperação judicial.
“Essa Casa merece respeito e não vamos admitir blindagem de quem quer que seja”, destacou o deputado João Carlos Bacelar (PL-BA).
Além de Gutierrez, os parlamentares da CPI da Americanas também aprovaram o convite para que João Pedro Nascimento, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Fernando Alves Filho, sócio da PwC Brasil, e Carlos Munhoz, sócio da KPMG, contribuam com os trabalhos da comissão.
Segundo informações publicadas pelo jornal Valor Econômico, Nascimento será convidado para esclarecer aos deputados possível uso de informação privilegiada, entre outros temas relacionados ao mercado de capitais dentro da crise da Americanas.
Os sócios das empresas de auditoria estão sendo convidados devido ao trabalho realizado na auditagem dos balanços da Americanas no período entre 2014 a 2022, no qual o rombo foi formado.
Além disso, os parlamentares da CPI da Americanas aprovaram requerimentos para que os administradores da recuperação judicial da empresa sejam ouvidos, bem como os principais bancos credores da varejista e a B3.
Crise na Americanas
Em meio à crise que culminou na recuperação judicial da varejista, 29 lojas da Americanas já foram fechadas de janeiro até abril. De acordo com as informações divulgadas pelo jornal Valor Econômico, quase metade da área da empresa encontrava-se ociosa no mês passado.
A varejista está em recuperação judicial com débitos que ultrapassam a casa dos R$ 40 bilhões. A crise contábil na Americanas explodiu no começo do ano, quando Sérgio Rial, então CEO da varejista, revelou ter encontrado inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões.
Em uma audiência no Senado Federal, o atual CEO da varejista, Leonardo Coelho Pereira, disse que o plano de recuperação judicial da Americanas é “muito melhor” que o de outras empresas do varejo que já passaram por situação parecida.
