Americanas (AMER3) confirma negociações com o Citi para assessorar varejista na crise

A Americanas (AMER3) confirmou ontem (17), em fato relevante divulgado ao mercado, que abriu conversas com o Citi para assessorar a empresa em recuperação judicial.

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O comunicado a Americanas foi feito após questionamento da Comissão de Valores Mobiliários sobre as negociações com o Citi, divulgada em reportagem do Valor Econômico. A varejista, no entanto, negou que a contratação do banco visa a assessoria para a venda de ativos da empresa – que deve mais de R$ 40 bilhões a seus credores. A Americanas anunciou, em 11 de janeiro, ter descoberto um rombo contábil de R$ 20 bilhões.

A reportagem do Valor Econômico dizia que a “Americanas contratou o Citi para avaliar venda de ativos e buscar outras opções financeiras”.

A Americanas escreve: “A companhia esclarece que, conforme é de conhecimento do mercado, está avaliando diversas alternativas referentes à restruturação de suas dívidas e, para tanto, conta com assessores financeiros que foram contratados para esse fim. No entanto, ao contrário da mencionada
notícia, foram mantidas conversas com o Citibank, mas ainda não houve contratação por parte
da empresa.”

Com dívidas nos principais bancos do País, a Americanas (AMER3) foi atrás de uma instituição financeira afastada dessa crise para conseguir encontrar uma saída aos débitos que superam os R$ 40 bilhões. Segundo informações divulgadas nesta quarta (15), a varejista contratou os serviços do Citi, banco que auxiliará o negócio a monetizar ativos e buscar outras soluções financeiras.

De acordo com a apuração do jornal Valor Econômico, a contratação do Citi ocorrria justamente pela instituição financeira ser uma das poucas para a quais a empresa ainda tem nome limpo. Além do Citi, já trabalham no caso o banco de investimentos Rothschild & Co e a consultoria Alavarez & Marsal.

Um dos principais ativos nas mãos da Americanas é a rede de hortifruti Natural da Terra, comprada pela varejista em 2021 por R$ 2,1 bilhões. Contudo, os especialistas em finanças avisam que dificilmente o negócio conseguirá ser vendido por esse valor.

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Recuperação judicial da Americanas e os bancos

recuperação judicial da Americanas conta com dívidas que superam os R$ 40 bilhões. Na semana passada, a Justiça autorizou um empréstimo DIP de até R$ 2 bilhões, sendo que R$ 1 bilhão foi aportado emergencialmente pelos acionistas de referência.

A nova lista de credores do processo de recuperação judicial da Americanas atualizou a dívida total da varejista com os cinco maiores bancos do País, de R$ 13,1 bilhões para R$ 15,2 bilhões. A maior alteração ocorreu na dívida da empresa com o Itaú Unibanco (ITUB4), que passou de R$ 2,9 bilhões para R$ 4,3 bilhões.

Americanas: acesso ao site da empresa e download de APP despencam após crise

A Americanas afirmou em comunicado ao mercado divulgado nesta sexta-feira, 17, ter registrado queda de tráfego de internet nos seus canais. A companhia confirmou que perdeu 33% de usuários mensais ativos em janeiro, mês em que anunciou um rombo bilionário em suas contas e entrou em recuperação judicial com dívidas que superam R$ 40 bilhões.

A queda no tráfego de seus sites no período foi de 51%, de acordo com sua fonte oficial, SimilarWeb. O número de downloads do aplicativa de compras online da empresa também caiu 63%.

No comunicado, a Americanas diz que está avaliando alternativas referentes à reestruturação de suas dívidas e que mantém conversas com o Citibank, mas ainda não houve contratação. A manifestação foi uma resposta a questionamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a respeito de notícias que apontavam a contratação do banco para ajudar a estruturar a possibilidade de monetização de seus ativos e apoiar a busca de outras soluções financeiras.

A companhia também afirmou não haver decisão sobre a venda de ativos como o hortifruti Natural da Terra, a fintech Ame, a Let’s, a +Aqui e o grupo Único.

“Desde a divulgação do fato relevante de 11 de janeiro último, a companhia tem sido alvo de uma ofensiva de rumores e informações sem qualquer fundamento na realidade, que acabam por prejudicar o real entendimento da situação da companhia”, diz a Americanas.

Com Estadão Conteúdo

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Marco Antônio Lopes

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