Rebatendo especulações, a Americanas (AMER3) negou que os bancos credores da companhia tenham pedido uma capitalização de R$ 15 bilhões.
“A companhia informa que há discussões em curso com os credores financeiros, mas que até o momento, não há nenhum fato ou documento vinculante nos termos mencionados que mereça divulgação, conforme legislação em vigor, e que irá manter o mercado e o público em geral devidamente atualizados acerca de quaisquer informações relevantes relacionadas ao tema”, diz o comunicado da Americanas.
Segundo informações do jornal Valor Econômico, anteriormente o banco de investimento Rotchschild conversou cmo credores e as negociações chegaram ainda para o ex-CEO, Sergio Rial, pedindo R$ 6 bilhões de capitalização.
Antes da recuperação judicial, o pedido dos bancos teria sido de uma capitalização de R$ 15 bilhões, a fim de compensar o rombo gerado pelas inconsistências contábeis.
Além disso, teriam pedido uma conversão de 20% da dívida em ações.
A varejista, então, negou que essas propostas mais volumosas teriam chego à sua porta – embora o follow-on fosse uma possibilidade amplamente citada pelo mercado como um caminho alternativo à recuperação judicial.
A companhia, contudo, pediu recuperação judicial nesta quinta-feira (19), conforme reportado pelo Suno Notícias.
Caixa da Americanas foi ‘drenado’ por bancos
A companhia tinha um caixa considerado “confortável” pelo ex-CEO, Sergio Rial – que revelou ao mercado as inconsistências contábeis. Em conferência um dia após a revelação, o executivo citou a cifra de R$ 7,8 bilhões.
Com o imbróglio judicial, contudo, a varejista passou a ter seu caixa reduzido para R$ 800 milhões logo em seguida, após um bloqueio de R$ 1,2 bilhão a pedido do BTG Pactual (BPAC11).
Em meio ao pedido de Recuperação Judicial a companhia conta com um valor de R$ 250 milhões em caixa, após citar um ‘aniquilamento’ dos valores que até então eram detidos pela companhia.
É porque Safra, Bradesco (BBDC4) e Itaú (ITUB4) fizeram bloqueios de R$ 100 milhões, R$ 474 milhões e R$ 50 milhões, respectiva e aproximadamente.
Na petição, a defesa da Americanas diz que a negativa da recuperação judicial pode inviabilizar operações da empresa e citou os bloqueios dos bancos como “indevidos”.
“O risco, então, caso não seja deferido o imediato processamento desta recuperação judicial, é de um absoluto aniquilamento do fluxo de caixa do Grupo Americanas, o que impedirá o cumprimento de obrigações diárias indispensáveis ao exercício da atividade empresarial, tal como o pagamento de fornecedores e funcionários”, diz o documento obtido pelo Suno Notícias.
O advogado Luciano Giongo, do escritório Andreatta & Giongo, destaca que a decisão era iminente e dá vazão à urgência da empresa com fornecedores.
“A recuperação Judicial dá um fôlego maior com relação aos fornecedores. Evidentemente que eles [fornecedores] não vão faturar mais. Juridicamente, essa cautelar foi correta”, comenta sobre o caso.
Os fornecedores, aliás, já se manifestaram sobre o caso e pressionaram a Americanas após a revelação do rombo bilionário.