Americanas (AMER3): caixa passou de R$ 7,8 bi para R$ 800 milhões, diz jornal
Desde a divulgação do rombo de R$ 20 bilhões, o caixa da Americanas (AMER3) pode ter passado de R$ 7,8 bi para R$ 800 milhões. Segundo a apuração do Pipeline, do Valor Econômico, diante desse cenário, a varejista cogita entrar com pedido de recuperação judicial. Procurada pelo Suno Notícias, a Americanas não confirmou a informação.
De acordo com o jornal, a varejista considerava aproximadamente R$ 3 bilhões em recebíveis de fornecedores que anteciparia com bancos. No entanto, o montante não deve vir, já que os bancos estão cautelosos diante da exposição tomada e dos rebaixamentos de ratings.
Hoje o o BTG Pactual (BPAC11) conseguiu uma liminar que bloqueia R$ 1,2 bilhão de recursos da varejista que estão na instituição financeira. Já o BV (antigo Votorantim) congelou na semana passada um total de R$ 220 milhões de BV.
Além desse montante, o caixa da Americanas ainda contava com outros R$ 1 bilhão de aplicações financeiras sem liquidez imediata. Haveria, ainda, R$ 2,4 bilhões para as operações – porém, desde o início de janeiro, a varejista teria consumido R$ 1,6 bilhão na sua rotina de negócio
“A posição de caixa hoje é de R$ 800 milhões. A Americanas vai ter que antecipar o pedido de recuperação judicial”, revelou uma fonte que foi mantida em anonimato. Segundo o Pipeline apurou, o entendimento era de que um standstill [suspensão temporária] “daria o fôlego de negociação nos 30 dias”, antes de cair a proteção da tutelar judicial.
- BTG (BPAC11) consegue bloquear R$ 1,2 bi da Americanas (AMER3); Bradesco (BBDC4) trava R$ 450 mi
- ‘Dificilmente teremos outro caso como o da Americanas (AMER3)’, diz ex-diretora da CVM
- Caso Americanas (AMER3): entenda quais processos a empresa enfrenta na CVM
- Americanas (AMER3): Fornecedores pressionam por capitalização e teriam suspendido faturamento
Americanas busca bancos e retoma conversas de renegociação
A Americanas já voltou a bater na porta dos bancos credores para conseguir renegociar sua dívida bilionária. Segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (18), o banco Rothschild & Co. começou a conversar individualmente com cada instituição financeira para entender quais serão os próximos passos a serem tomados.
De acordo com a apuração do jornal Valor Econômico, essas conversas estão sendo feitas por Luiz Muniz, chefe do Rothschild & Co. no Brasil. A ideia agora não é apresentar propostas de como serão os pagamentos, mas sim entender como anda a situação financeira da varejista em cada banco e sentir o clima das instituições.
Uma reunião coletiva pode ser marcada para hoje ou amanhã (19). Em paralelo a essa operação, os bancos seguem brigando na Justiça contra a Americanas.
Rombo na Americanas
Na semana passada, a Americanas revelou um rombo contábil de R$ 20 bilhões, o que culminou na saída de Sergio Rial do comando da varejista após uma estadia como CEO de apenas nove dias.
O caso foi parar na Justiça, e a empresa recebeu uma proteção judicial que, por 30 dias, impede o vencimento antecipado das dívidas do negócio.
“A Americanas passa a ter a Rothschild & Co no Brasil e internacionalmente, representando a empresa na construção de um diálogo franco e aberto, preservando o peso que a empresa tem, tanto com sua função social, como na participação da economia do país”, destacou a empresa em nota enviada ao Suno Notícias.
Segundo o jornal Folha de São Paulo, o pedido de recuperação judicial da Americanas deverá ser divulgado nos próximos dias.
De acordo com o Status Invest, as ações da Americanas caíram 78,96% neste mês.