Luiz Carlos Trabuco Cappi, presidente do Conselho de Administração do Bradesco (BBDC4), afirmou que a exposição do banco é “pequena” e “não requer preocupação” na lista de credores da Americanas (AMER3), varejista que vive um período de tormenta após a revelação de “inconsistências contábeis” bilionárias.
“Estamos analisando e avaliando, mas é uma posição pequena no portfólio de crédito do Bradesco e não requer preocupação”, argumentou Trabuco em entrevista ao Estadão/Broadcast durante o Fórum Econômico Mundial, que ocorre em Davos, na Suíça.
O Bradesco é um dos principais credores da Americanas e detém cerca de R$ 5 bilhões a receber da empresa. Trabuco afirmou que o escândalo da varejista foi uma “situação imprevisível”.
“O management está administrando isso. Foi uma situação imprevisível. Era uma situação que não estava no cenário dos agentes econômicos. Teve imprevisibilidade aí”, comentou ele ao ser questionado sobre o rombo na Americanas.
Segundo ele, o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, lidera as negociações com os demais credores e a empresa para encontrar um caminho viável para todos os lados.
Americanas: Entenda o caso
Em fato relevante divulgado na quarta (11), a Americanas disse que detectou inconsistências nos lançamentos contáveis estimadas no total de R$ 20 bilhões, com data-base em 30/09/2022. O montante apontado é maior que o valor de mercado da própria varejista na Bolsa, que até então era de R$ 10 bilhões.
Na última semana, ocorreram reuniões entre a varejista e o mercado, mas as conversas terminaram em um impasse. De um lado, os bancos exigem um novo aporte bilionário por parte dos acionistas. Do outro, o negócio quer mais prazo para o pagamento das dívidas.
Nesse período, a Americanas obteve uma liminar na Justiça suspendendo qualquer cobrança de suas dívidas, que estão estimadas em R$ 40 bilhões. Nesta segunda, as ações da Americanas voltaram a ser leiloadas e registravam queda de 39,68%, por volta das 11h25.