Em um novo capítulo da guerra da Americanas (AMER3) com os bancos, a varejista rebateu o Bradesco (BBDC4) no Supremo Tribunal Federal (STF). A empresa de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira disse que a instituição financeira quer “tumultuar” o processo de recuperação judicial.
“Seu escopo nunca foi o de, pouco se importando com violações constitucionais e legais, investigar as razões das inconsistências contábeis, mas sim tomar medidas midiáticas ou que possam lhe trazer vantagem perante a recuperanda, com único propósito de prejudicar e tumultuar o regular processamento do processo de recuperação judicial do Grupo Americanas”, disseram os advogados da varejista. As informações são do jornal O Globo.
Esse posicionamento da Americanas contra o Bradesco ocorre após a seguinte linha cronológica:
- Justiça de São Paulo autoriza Bradesco a acessar e-mails da Americanas dos últimos 10 anos;
- Defesa da Americanas leva caso ao STF, e ministro Alexandre de Moraes impede acesso aos e-mails;
- Bradesco apresenta recurso no STF contra decisão de Moraes;
- Americanas rebate Bradesco no STF.
Americanas: Recuperação judicial bilionária
A recuperação judicial da Americanas conta com dívidas que superam a casa dos R$ 40 bilhões.
Segundo informações divulgadas pela Reuters, a cifra atualizada seria de R$ 48 bilhões, mas a lista finalizada das dívidas da Americanas deve sair só no final de março.
Na Justiça, a empresa pediu para priorizar o pagamento das dívidas trabalhistas e dos débitos com pequenas e médias empresas (PMEs), avaliados em R$ 192,4 milhões. A solicitação será avaliada pelos magistrados.
Na quinta (16), os acionistas de referência fizeram a proposta de uma capitalização de R$ 7 bilhões. Contudo, os bancos esperam um mínimo de R$ 15 bilhões, o que representa quase 10% da fortuna dos empresários, de acordo com um mapeamento realizado pelo Suno Notícias.
Até o momento, Lemann, Telles e Sicupira não toparam dar o braço a torcer nesse patamar esperado pelos bancos durante as negociações da crise da Americanas.