Sob a gestão de Aloizio Mercadante, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode lançar uma linha de crédito para atender os fornecedores da Americanas (AMER3). Segundo informações divulgadas na terça (14), para que a iniciativa saia do papel, o banco precisará diversificar as suas opções de crédito.
“A crise da Americanas aponta para uma retração de crédito, que apareceu no balanço dos bancos, e para a necessidade de fazermos parcerias com outros bancos públicos e privados. O BNDES também pretende discutir esta linha com a Febraban. Para isso precisamos de mais instrumentos”, afirmou Mercadante ao Valor Econômico.
Segundo a reportagem, o projeto consistiria em opções de crédito com uma redução na NTN-B de cinco anos, o que remunera a taxa do banco, a TLP.
Essa iniciativa precisaria passar pelo Congresso Nacional e, entre as alterações, seria necessário passar a usar a média da inflação e não a taxa mensal, como é feito hoje, para reduzir a volatilidade do indicador.
O BNDES executou uma carta de fiança de R$ 1,2 bilhão para a Americanas — o débito total era de R$ 2,4 bilhões. “Não temos risco de crédito no grupo”, ressaltou o presidente da instituição financeira.
Recuperação judicial da Americanas: Novos capítulos
A novela da recuperação judicial da Americanas deve ganhar mais um capítulo na quinta (16) com direito a entrada de um novo personagem: Roberto Thompson, sócio da 3G Capital. O parceiro de Jorge Paulo Lemann estaria com mandato para falar em nome dos acionistas de referência da varejista durante um novo encontro com os bancos.
De acordo com a apuração do jornal Valor Econômico, a presença de Thompson no encontro foi interpretada pelos agentes econômicos como um sinal de que Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira poderão propor uma capitalização da companhia.
O sócio da 3G Capital fez parte do conselho de administração da Americanas entre 2004 e 2020.
A recuperação judicial da Americanas conta com dívidas que superam os R$ 40 bilhões. Na semana passada, a Justiça autorizou um empréstimo DIP de até R$ 2 bilhões, sendo que R$ 1 bilhão foi aportado emergencialmente pelos acionistas de referência.