A guerra entre os bancos e a Americanas (AMER3) segue a pleno vapor no mercado. Nesta quinta (16), os acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira fizeram a proposta de uma capitalização de R$ 7 bilhões. Contudo, os bancos esperam um mínimo de R$ 15 bilhões, o que representa quase 10% da fortuna dos empresários.
De acordo com os dados coletados pelo Suno Notícias no ranking de bilionários da Forbes, atualmente, o patrimônio dos bilionários está avaliado nas seguintes cifras:
- Jorge Paulo Lemann e família: US$ 15,5 bilhões;
- Marcel Telles e família: US$ 10,5 bilhões;
- Carlos Alberto Sicupira e família: US$ 8,5 bilhões;
Dessa forma, a fortuna dos acionistas de referência da Americanas seria de US$ 34,5 bilhões, cerca de R$ 172,5 bilhões.
Atualmente, a varejista está em recuperação judicial com uma dívida que supera os R$ 40 bilhões. A proposta de R$ 15 bilhões corresponde a cerca de 8,7% da fortuna dos empresários.
Crise na Americanas
Porém, até o momento, Lemann, Telles e Sicupira não toparam dar o braço a torcer nesse patamar do que espera os bancos.
Segundo o jornal Valor Econômico, em uma reunião realizada nesta quinta, os representantes da Americanas apresentaram a proposta de uma capitalização de R$ 7 bilhões somada a conversão de débitos de R$ 18 bilhões em ações e dívidas subordinadas — quando os pagamentos vão para o final da fila de um eventual processo de insolvência.
A conversão da dívida de R$ 18 bilhões englobaria grande parte do que a varejista precisa pagar aos bancos.
Como a proposta está bem longe dos R$ 15 bilhões, os representantes dos bancos saíram frustrados do encontro e consideraram a ideia como algo “muito ruim”.
Em 13 de janeiro, a empresa havia apresentado uma proposta de R$ 6 bilhões mais a conversão das dívidas.
Uma das fontes do Valor disse que a sensação dos agentes econômicos é a de que não há um esforço da Americanas para se chegar a uma proposta aceitável. Outro interlocutor argumentou que a empresa caminha a passos largos para a falência.
Na semana passada, a Justiça autorizou um empréstimo DIP de até R$ 2 bilhões, sendo que R$ 1 bilhão foi aportado emergencialmente pelos acionistas de referência da Americanas.