A Americanas (AMER3) fechou um acordo com seus credores para, de forma temporária, suspender suas disputas judiciais.
O anúncio oficial foi feito por meio de comunicado ao mercado divulgado pela Americanas nesta terça (11), sem que a varejista citasse nominalmente os bancos.
“Em que pese ainda não haver acordo com seus credores financeiros em relação à última proposta apresentada, a companhia segue empenhada em manter negociações construtivas com seus credores em busca de uma solução sustentada que permita a continuidade de suas atividades”, consta no documento.
Vale lembrar que o fim dos litígios era parte de um acordo da Americanas – que visa o fim de ações judiciais ante uma capitalização de R$ 12 bilhões por parte dos acionistas de referência – Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles.
Ainda em meados de março o ‘armistício’ já estava sendo costurado, com o BTG Pactual (BPAC11) – que no início da crise fora o credor mais fervoroso nos tribunais – suspendendo por 30 dias uma ação judicial ainda em março.
O acordo com o BTG abriu portas para que a Americanas tentasse costurar acordos semelhantes com os demais credores – que incluem Itaú (ITUB4), Bradesco (BBDC4) e outros grandes bancos, conforme os documentos inclusos no pedido de recuperação judicial.
Além disso, no início deste mês a companhia havia obtido uma outra vitória judicial, com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) suspendendo os efeitos do acórdão que colocava o dia 19 de janeiro como a data de início da suspensão das ações e execuções contra a varejista.
A Americanas enfrenta um processo de recuperação judicial desde janeiro deste ano, logo após ter revelado um escândalo contábil em seus balanços, com um rombo bilionário.
Atualmente, conforme os documentos mais recentes, a dívida da companhia é de aproximadamente R$ 43 bilhões com 16,3 mil credores.
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Entenda o plano de recuperação judicial da Americanas
A Americanas (AMER3) informou no fim de março que seu Conselho de Administração aprovou os termos e condições do plano de recuperação judicial.
O plano de recuperação judicial da Americanas apresentado à 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro inclui um aumento de capital no valor de R$ 10 bilhões.
Esse aporte ainda está em meio a um imbróglio, já que o valor foi proposto pelos acionistas de referência e recusados pelos credores em uma ocasião anterior. A expectativa, segundo a Bloomberg, era de uma injeção de R$ 12 bilhões.
Além disso, o documento cita uma venda de ativos por parte da varejista, que sofre em uma batalha com credores desde a revelação das inconsistências contábeis que abriram as portas da crise.
As vendas devem incluir o Hortfruti Natural da Terra, um jato, o grupo Uni.co e a participação na Vem Conveniência, joint venture com a Vibra Energia (VBBR3).
A varejista também deve usar até R$ 2 bilhões dos recursos provenientes das alienações de ativos como uma forma de maximizar a redução de sua dívida remanescente, sendo o primeiro R$ 1 bilhão levantado destinado à recompra de dívida a mercado e o saldo dos recursos levantados, limitados a R$ 1 bilhão, para recompra de dívida subordinada.
A meta da dívida da Americanas, assim, é de R$ 4,9 bilhões.
Cotação de AMER3
Cotação AMER3