Americanas (AMER3): Lemann toma atitude às pressas e assembleia termina sob protestos

A primeira assembleia da Americanas (AMER3) após a explosão da crise contábil terminou sob protestos dos acionistas minoritários. De acordo com as informações divulgadas neste sábado (29) pelo Valor Econômico, os acionistas de referência Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira tomaram uma atitude às pressas, o que desagradou os demais investidores.

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Segundo a reportagem, o trio de investidores impôs um outro nome de última hora para o conselho fiscal, sendo que o candidato defendido pelos minoritários era o do advogado Luiz Nelson Porto Araújo, que foi voto vencido.

“Eles engoliram a nossa indicação para o conselho de administração, mas chegaram com uma indicação de última para o conselho fiscal. Eles suspenderam a assembleia por três vezes, não quiseram engolir a nossa indicação para o conselho fiscal”, afirmou o empresário Silvio Tini de Araújo, acionista minoritário da Americanas e de outras empresas como Alpargatas (ALPA4) e Gerdau (GGBR4).

Eles nos colocaram no buraco. Agora eles que nos tirem do buraco.

Segundo a reportagem, o encontro começou calmo, mas terminou sob protestos e com a reunião suspensa. Ao longo da assembleia, os detentores de ações da Americanas aprovaram a retificação do plano de recuperação judicial e recusaram a elevação do número de membros do conselho de sete para oito.

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Americanas: O que estava na pauta da reunião?

Na pauta da assembleia da Americanas, estavam os seguintes temas:

  • Aprovação das contas dos administradores;
  • Conselho de Administração e do Conselho Fiscal: definição dos membros e remunerações;
  • Desdobramentos referentes ao pedido de recuperação judicial;

A varejista está em recuperação judicial com débitos que ultrapassam a casa dos R$ 40 bilhões. A crise contábil na Americanas explodiu no começo do ano, quando Sérgio Rial, então CEO da varejista, revelou ter encontrado inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões.

Em uma audiência no Senado Federal no mês passado, o atual CEO da varejista, Leonardo Coelho Pereira, disse que o plano de recuperação judicial da Americanas é “muito melhor” que o de outras empresas do varejo que já passaram por situação parecida.

“Mencionei que o plano da Americanas é melhor que o da média do varejo, e a razão para isso é que ele partiu, logo do começo, com uma estrutura de liquidez de mais ou menos R$ 1 bilhão, com mais duas possíveis transferências de R$ 500 milhões, que tem ajudado a Americanas a passar por essa fase mais crítica”, detalhou Pereira em alusão ao empréstimo DIP feito pelos acionistas de referência.

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Erick Matheus Nery

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