Abilio Diniz: “Nem o trio da Americanas (AMER3) deve saber o que está acontecendo”

Abilio Diniz, um dos homens mais ricos do Brasil e amigo de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, disse que nem o trio “deve saber o que está acontecendo” nas contas da Americanas (AMER3). Na visão do empresário, o caso da varejista é muito complexo.

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“Não falo sobre esse caso por dois motivos. Primeiro, os acionistas de referência (Lemann, Telles e Sicupira) são meus amigos de décadas. Até falei com eles mostrando solidariedade, mas nem eles devem saber o que está acontecendo lá dentro. Não tenho as informações, o caso é muito complexo, não quero cometer leviandade”, disse Diniz em entrevista à Coluna do Broadcast na terça (31).

Na visão do empresário, o escândalo contábil da Americanas “não muda nada, absolutamente nada” no setor varejista. Ele também argumentou que o estranhamento entre varejistas e bancos deve ser algo temporário.

Tem certas coisas que não se pode olhar só o dia de hoje, tem que olhar mais para frente. Hoje você pode ter um mau humor, mas depois acalma.

O ex-comandante do Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) acredita que o setor varejista crescerá em 2023: “O consumo das famílias terá expansão. Não há como não crescer com estes estímulos que estão sendo dados. O Lula pretende reajustar o salário mínimo e, se fizer isso, melhora mais ainda a renda das famílias e isso vai para o consumo”.

Para o Broadcast, Diniz disse que ainda não foi questionado por agentes internacionais sobre a crise na Americanas. “Não ouvi nenhum francês questionar sobre isso. Pode ser que alguém me pergunte. Até agora, ninguém perguntou nada”, destacou.

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Americanas: empréstimo com “nome sujo”

Enquanto a recuperação judicial da Americanas segue em andamento, a varejista estuda realizar um empréstimo-ponte para empresas com problemas, ferramenta conhecida como DIP.

O crédito seria em torno de US$ 2 bilhões, sendo que metade teria que ser aportada pelos acionistas de referência da empresa.

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Em recuperação judicial com R$ 43 bilhões em dívidas, a varejista está em situação delicada para conseguir dinheiro nos bancos. E, de acordo com as fontes do Estadão/Broadcast, será ainda mais difícil conseguir os recursos sem a participação dos bilionários.

Segundo a reportagem, o aporte para a Americanas pode sair nos próximos dias e as conversas já estão sendo feitas, inclusive com fundos nacionais e internacionais que compram papéis de empresas com problemas.

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Erick Matheus Nery

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