A base acionária da Americanas (AMER3), em recuperação judicial, não terá todos os bancos credores após a capitalização de R$ 24 bilhões que a varejista deve receber. Segundo coluna do Estadão/Broadcast, o BV (ex-Votorantim), está fora da lista.
De acordo com a publicação, o BV não precisará converter dívidas em ações, porque terá reconhecida pela rede uma compensação de créditos que realizou em janeiro do ano passado, entre a divulgação do rombo contábil – que levou a empresa à recuperação judicial – e a tutela de emergência, anterior ao processo, que evitou execuções de dívida.
O BTG Pactual (BPAC11) e o Bradesco (BBDC4) terão o montante de créditos reduzido pelo mesmo motivo, pontuou o Broadcast.
Ainda de acordo com a coluna, o BTG fez compensações de R$ 1,2 bilhão e o BV, de cerca de R$ 206 milhões, valor total que tinha a receber da rede.
Assim, conforme fontes, o BV é o único, entre os credores, que compensou todo o crédito. Ou seja, a Americanas não deve mais nada ao BV, e ao BTG, deve R$ 1,2 bilhão a menos do que informou ao mercado na recuperação judicial.
Vale reforçar que a Americanas informou o rombo ao mercado em 11 de janeiro, e obteve a tutela no dia 13 – entre as duas datas, o BTG, BV e outros bancos decretaram o vencimento antecipado de dívidas da companhia, com base no rombo de R$ 20 bilhões, que, após as apurações da rede, subiria para mais de R$ 25 bilhões.
O Broadcast lembra que para quitar os créditos, as instituições recorreram a depósitos que a Americanas tinha em cada uma delas. Ela foi à Justiça, após obter a tutela, para retomar os recursos, alegando que as execuções antecipadas fizeram o caixa minguar.
Segundo o plano de recuperação judicial da Americanas aprovado em dezembro, todas as compensações serão reconhecidas no caso de credores que aderirem ao compromisso de não acionar a empresa judicialmente. Além disso, diz o Broadcast, para cada R$ 1 compensado, os bancos terão de fornecer R$ 1 em linhas de crédito para que a Americanas antecipe recebíveis de cartão ou contrate créditos de fiança.
Americanas (AMER3) cortou quase mil funcionários na última semana do ano, diz relatório
A Americanas encerrou 950 contratos de trabalho na semana de 25 de dezembro a 31 de dezembro de 2023, segundo relatório anexado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na semana passada. Os postos eram temporários e referentes ao período de Natal.
No intervalo, a Americanas registrou 180 pedidos de saída, 40 términos de contrato de experiência e 18 desligamentos involuntários. Em contrapartida, a varejista informou que houve um total de 15 admissões.
Ainda de acordo com a data base do relatório, a empresa contava com 32.486 colaboradores sob o regime CLT.
Em 31 de dezembro, a Americanas informou que o total de lojas era de 1.754, correspondendo a 93,2% do período anterior ao deferimento da recuperação judicial. Durante a última semana do ano, a companhia encerrou quatro lojas.
Entre os dias 25 e 31 de dezembro de 2023, segundo o relatório, a Americanas realizou R$ 311 milhões em pagamentos e teve um total de R$ 429 milhões em recebimentos.
*Com informações de Estadão Conteúdo