América Latina pode ter recuperação econômica mais lenta, segundo S&P
A diretora gerente da S&P Global, Lisa Schineller, afirmou nesta segunda-feira (14) que a América Latina pode ser a região com recuperação econômica mais lenta, uma vez que foi um dos locais mais afetados pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Schineller participou hoje de um evento da B3 com a Eurasia.
Em relação à dívida, Schineller destacou que os países da América Latina entraram na pandemia com situações diferentes no endividamento. Nesse sentido, atualmente uns têm mais escopo e outros menos, para novas medidas emergenciais caso a segunda onda de coronavírus se aprofunde.
Além disso, ela salienta que uma dúvida que será levada para o ano que vem, é se a pandemia agravou as fraquezas econômicas dos países latino-americanos. A diretora da S&P ainda lembra que a região ficou com um terço das mudanças negativas nos ratings na pandemia.
Comparando as nações emergentes e desenvolvidas, a maior parte das ações negativas nos ratings se concentrou nos países emergentes.
América Latina deve sofrer pior contração desde 1960, segundo FMI
Vale lembrar que em meados de outubro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou uma previsão na qual as economias da América Latina devem sofrer a maior contração desde pelo menos 1960 por conta da pandemia.
No que tange à retomada em 2021, o FMI projetou que a recuperação irá depender, em grande medida, da capacidade dos governos de controlar a crise sanitária e os riscos sociais decorrentes da atual pandemia.
De acordo com o relatório Perspectivas Econômicas Globais de outubro, a entidade internacional antecipou um encolhimento da economia da América Latina de 8,1%, queda inferior ao tombo de 9,2% previsto em junho.
O Fundo, no entanto, amenizou sua estimativa de crescimento para a América Latina para o próximo ano, para 3,6%. A queda em 2020 deve superar, em grande número, o recuo de 2,5% no ano de 1983, em meio à crise da dívida externa, e a retração de 1,9% do colapso financeiro do final da década passada, conforme a série histórica do Banco Mundial, que teve início em 1960.
Com informações do Estadão Conteúdo.