América Latina esta no melhor trimestre econômico desde 2018, aponta pesquisa da FGV
O clima econômico da América Latina melhorou significativamente, segundo dados recentes da Fundação Getulio Vargas (FGV). O levantamento mostra que a região está em recuperação no terceiro trimestre de 2021. São os melhores dados desde o primeiro trimestre de 2018, como indica a pesquisa.
Para calcular o índice que reflete o ambiente da América Latina, a FGV ouviu 149 especialistas em economia de 15 países da região.
A Sondagem da América Latina mostra que o Indicador de Clima Econômico (ICE) subiu de 81,2 pontos do segundo trimestre para 99,7 pontos no terceiro. O patamar de 100 pontos é considerado neutro, e somente valores acima de 100 configuram um clima favorável para os negócios.
A recuperação do indicador ocorreu na percepção da situação atual (ISA), que melhorou de 28,2 pontos para 59,1 pontos. A melhora é atribuída ao cenário internacional mais favorável e ao avanço da imunização contra a covid-19 na região, ainda que irregular.
Novas cepas da Covid-19 pressionaram IE
Já o indicador que mede as expectativas dos especialistas para o futuro (IE) teve recuo de 156 pontos para 150,6 pontos.
Nesse caso, a FGV cogita que o movimento esteja associado a incertezas sobre os efeitos das novas cepas do SARS-CoV-2.
Entre os dez países pesquisados, o Paraguai é o que apresenta a melhor avaliação do clima econômico, com 125,1 pontos.
Em seguida estão Brasil (116,5), Chile (104,1) Peru (102,0) e Colômbia (101,1). Os demais países foram avaliados pelos especialistas ouvidos pela FGV com clima econômico desfavorável.
É o caso do México (92,4), Uruguai (79,2), Equador (77,9), Bolívia (73,2) e Argentina (60,3).
Otimismo para o PIB na América Latina
A pesquisa elevou a previsão de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do conjunto dos países pesquisados em 2021.
No segundo trimestre era esperado um crescimento de 4,3%, enquanto que no terceiro a previsão aumentou para 5,4%.
A pesquisa projeta que Peru (9%), Chile (8%) e Colômbia (6,4%) terão os maiores crescimentos, e os demais ficarão abaixo da média regional. Para o Brasil, a projeção é de uma alta de 5,2% no PIB.
O estudo da FGV mostra que problemas de desabastecimento de insumos e/ou matérias primas estão afetando a economia da América Latina de forma grave para um em cada quatro especialistas ouvidos.
A pesquisa ressalta que quanto maior e mais diversificado é o parque produtivo de um país, maior é a probabilidade de haver impactos desse desabastecimento.
Ciclo de commodities como driver
No caso do Brasil, 46,2% dos especialistas acreditam que o país está sendo afetado de forma grave e outros 46,2% responderam que os impactos são moderados ou leves. Somente 7,7% afirmaram que a economia brasileira não está enfrentando esse tipo de problema.
Outro aspecto avaliado na sondagem foi sobre quanto tempo deve durar o cenário de valorização do preço das commodities, que impulsiona a economia da região.
Para 58,5% dos entrevistados, o cenário deve se prolongar por mais 12 meses, e 23% afirmam que ele deve se encerrar já no fim de 2021. A expectativa, portanto, é que não se repita um superciclo de commodities como o da primeira década do século 21.
O mercado é de grande impacto na América Latina, a exemplo do Brasil, que amargou perdas na Bolsa de Valores de São Paulo (b3) durante a última semana em decorrência da queda no minério de ferro.
Com informações da Agência Brasil