A Ambev (ABEV3) superou as expectativas da XP em seus resultados do 4º trimestre de 2023. Segundo a casa de análise, após a teleconferência da companhia foi reforçado que “o momentum da indústria permaneceu sólido em janeiro”.
Em suma, a produção de bebidas alcoólicas da Ambev ficou 4,6% acima das estimativas da XP, enquanto a de não alcóolicas superou o projetado em 11,3%.
“As vendas devem manter os volumes em níveis históricos elevados, enquanto os preços mais baixos das commodities devem impulsionar a recuperação das margens, também beneficiadas por uma tendência positiva de aumento de preços acima da inflação, seguindo a premiumização e iniciativas assertivas de gestão de receitas,” afirmou o relatório.
Com isso, a XP atualizou seu preço-alvo das ações de ABEV3 para R$ 16,20 e recomendou a compra dos papéis.
Ambev derrete 5,6% no Ibovespa; XP vê 5,9% em dividendos
As ações da Ambev acumulam uma queda de 5,6% em relação ao Ibovespa (-0,9%) no mesmo intervalo. Segundo os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, que assinam o relatório da XP Research, esse resultado se deve principalmente ao custo de bens vendidos (COGs, em inglês) em dinheiro.
A estimativa de COGs da casa permanece conservadora, de uma queda de 1,5%, ante otimismo de 8% a 10% de especialistas mais otimistas.
Entretanto, ainda estima-se que haverá um forte impulso de ganhos ao longo de 2024.
“Recebemos bem o principal motivo para a orientação mais baixa, uma vez que o processo de premiumização traz custos mais altos junto com margens maiores”, comentam os analistas, sobre a estratégia de produtos mais especializados da Ambev.
Por enquanto as estimativas da casa são:
- 13,1x P/E (Índice Preço/Lucro);
- 9,6% de rendimento no Fluxo de Caixa Livre;
- 5,9% de rendimentos de dividendos.
Com esses valores, a recomendação da XP se mantém em compra para Ambev.
Por fim, os analistas ainda destacam que as novas regulações tributárias e subvenções de ICMS, a taxa de imposto efetiva é esperada na casa dos 24%. “O efeito negativo deve ser maior nos ganhos do que no fluxo de caixa a curto prazo devido aos créditos tributários da AmBev”, apontam.
Apesar disso, Fonseca e Alencar defendem que outros fatores mitigadores devem compensar o aumento da carga tributária.
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