Ambev (ABEV3): volume de vendas manterá níveis históricos no 4T23, diz XP
Em seu relatório mais recente sobre a Ambev (ABEV3), a XP (XPBR31) diz estar otimista com os dados operacionais da companhia para o quatro trimestre de 2023. Os resultados estão previstos para serem divulgados no próximo dia 29 de fevereiro.
Para o período, a XP enxerga os volumes de vendas da Ambev mantendo altos níveis históricos, juntamente com preços mais baixos de commodities e um histórico positivo de aumento de preços acima da inflação nos últimos trimestres.
“No entanto, no aspecto fiscal, até mesmo uma abordagem conservadora nos parece equivocada”, reforçam os analistas Leonardo Alencar, Pedro Fonseca e Samuel Isaak.
Para a XP, a recuperação na produção de bebidas alcoólicas e não alcoólicas da Ambev que começou no 3T23 não perdeu força no final do ano, e os dados de dezembro reforçaram a visão do banco de um quarto trimestre sólido.
Tais projeções da XP ocorrem “apesar das difíceis comparações com a Copa do Mundo, especialmente em um ambiente complicado em que as temperaturas estavam acima da média, mas também houve um efeito negativo das chuvas frequentes”.
“Com os dados de dezembro, nosso modelo de regressão está agora estreitamente alinhado com nossa projeção para o 4T23 da Ambev em 26,734 milhões de hectolitros (+0,5% a/a). Além disso, a atualização do modelo com os dados de dezembro sugere que a Ambev poderia crescer mais do que os conservadores 0,8% que projetamos para o ano”, completa o banco.
Ambev (ABEV3): Sem Copa, Safra aponta novos obstáculos para empresa, mas mantém otimismo para o balanço
Após um ano sem Copa do Mundo, o resultado das vendas da Ambev (ABEV3) no Brasil deverão sofrer uma leve queda. Para os resultados do quarto trimestre de 2023 (4T23), os volumes de cerveja devem ser -1% menores em relação ao ano anterior, segundo as projeções do Banco Safra.
Apesar da comparação com um período de Copa ser difícil, o banco permanece com uma ótica otimista para o resultado trimestral da produtora, destacando as vendas no Brasil e na América Central e Caribe (CAC).
Entretanto, o Safra destaca que alguns fatores podem apertar os próximos resultados da Ambev, como:
- Desaceleração dos custos dos produtos (COGS/hl);
- Condições macroeconômicas desafiadoras na Argentina;
- Indústria em cenário de declínio no Canadá;
- Ambiente competitivo desafiador no Brasil.
Além disso, com a nova reforma tributária brasileira e mudanças no recolhimento dos benefícios fiscais de ICMS, o banco destaca que poderá haver um impacto no lucro obtido na venda dos produtos.
Vendas de cervejas ABEV3 no Brasil
No contexto brasileiro, as projeções para a Ambev delineiam um cenário mais desafiador, tanto pela redução em relação ao período de Copa do Mundo, como também por questões climáticas.
Apesar da queda de 24% nas chuvas em relação ao ano anterior e um clima batendo recordes de alta temperatura no último trimestre, o banco internacional mantém expectativas de uma receita em torno de R$ 432 por hectolitro, semelhante ao trimestre anterior, e ligeiramente superior à inflação do IPCA, estimada em 7% ao ano.
Com esses fatores em consideração, as receitas líquidas da Ambev projetadas são de R$ 11,381 milhões, representando um aumento de 5% em relação ao ano anterior.
Além disso, a empresa enxerga com bons olhos o volume de vendas em COGS/hl, que deve beneficiar a margem bruta do 4T23 e entregar um EBITDA ajustado previsto de R$ 4,382 milhões (+41% ante 4T22).
Bebidas não alcoólicas podem desempenhar melhor
Para o segmento de bebidas sem álcool da Ambev (ABEV3), o Safra antecipa um crescimento robusto de 3% no volume em relação ao ano anterior, com uma projeção ainda mais otimista de +13% para o último tri.
Espera-se uma receita por hectolitro de R$ 231, gerando uma receita líquida de +6% em relação a 2022.
O EBITDA ajustado da Ambev para este segmento é previsto em R$ 644 milhões (+34% a/a) com uma margem de EBITDA ajustada estimada em 30,0%, representando um aumento de 620 pontos base em relação ao ano anterior.
Projeções internacionais para a Ambev (ABEV3)
Na América Central e Caribe, a projeção é que a Ambev tenha um crescimento no volume de 10%, uma comparação fácil em relação à queda de -13% no ano anteiror. Com maior alavancagem operacional, a região deve entregar ainda um EBITDA ajustado de R$ 1,165 milhões, um aumento de +15% no ano.
Na América da Sul, as condições desfavoráveis na Argentina projetam uma queda de -5% no volume, e um EBITDA ajustado de R$ 1,681 milhões (-17% em relação ao ano anterior), Além disso, a hiperinflação que o país enfrenta pode impactar negativamente o indicador anualizado.
Enquanto isso, o Canadá, que passa por uma contínua fraqueza da indústria de cerveja, deverá pesar nos volumes da Ambev (prevemos -5% sobre o ano anterior).
Somando as regiões, o Banco Safra estima que o EBITDA ajustado consolidado da Ambev atingirá R$8.347 milhões (+21%) com uma margem de EBITDA ajustada de 35,5%.
Desempenho das ações da Ambev
Cotação ABEV3