Safra reafirma visão negativa para Ambev (ABEV3); veja motivos

O Safra reafirmou sua recomendação underperform (venda) para as ações da Ambev (ABEV3), citando desafios no ambiente competitivo, possíveis mudanças no regime tributário brasileiro e fraqueza no mercado canadense.

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A análise da casa baseou-se nos dados mais recentes da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF) de novembro, divulgada pelo IBGE, que apontou quedas na produção de bebidas alcoólicas e não alcoólicas.

Embora o índice PIM-PF seja historicamente um indicador relevante para os volumes da Ambev, o Safra destaca que sua representatividade pode estar comprometida devido à volatilidade gerada pela crise da Cervejaria Petrópolis, a terceira maior do país, que enfrenta um processo de recuperação judicial.

O índice de produção de bebidas alcoólicas registrou 103,8 pontos em novembro, marcando uma queda de 6% na comparação anual e 0,5% em relação ao mês anterior. Esses números permanecem abaixo da média histórica dos últimos cinco anos (-1% YoY e -0,2% MoM). Segundo o relatório, a Petrópolis continua sendo um fator de peso negativo, com volumes significativamente menores nos últimos meses.

A análise ressalta que, apesar de uma correlação relativamente alta entre o índice PIM-PF de bebidas alcoólicas e os volumes de cerveja da Ambev no Brasil (R² de 0,65), o impacto da Petrópolis pode gerar discrepâncias nos números da companhia.

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O segmento de bebidas não alcoólicas apresentou uma performance ainda mais fraca, com o índice atingindo 106,2 pontos, representando uma queda de 11% na comparação anual, embora tenha registrado alta de 3% em relação a outubro. Esse comportamento vai contra a tendência histórica de novembro, que mostra crescimento médio de 1% YoY e 2% MoM nos últimos cinco anos.

No entanto, o Safra aponta que a correlação entre o PIM-PF de bebidas não alcoólicas e os volumes da Ambev no Brasil é mais baixa (R² de 0,44), tornando os números menos indicativos para projeções específicas da empresa.

Além do impacto da crise da Petrópolis, o Safra lista uma série de riscos que pesam sobre a ABEV3:

  1. Reforma Tributária: A possível introdução de um imposto federal sobre o consumo (excise tax) pode pressionar as margens da companhia.
  2. Concorrência: O mercado brasileiro segue altamente competitivo, dificultando aumentos de preços.
  3. Canadá: A fraqueza no desempenho da empresa neste mercado também é motivo de preocupação.
  4. Custos: Existe o risco de uma reversão na recente tendência de redução de custo por hectolitro, o que poderia impactar negativamente os resultados.

Diante desse cenário, o Safra reforça sua visão cautelosa sobre as perspectivas para as ações da Ambev no curto e médio prazo, mesmo considerando a influência limitada dos números do PIM-PF sobre os volumes específicos da companhia.

A casa tem recomendação underperform (venda) para a Ambev, com preço-alvo de R$ 13 para as ações ABEV3.

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Guilherme Serrano

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