Ambev (ABEV3): Ações despencam após acusação de rombo bilionário; empresa nega
As ações da Ambev (ABEV3) registram fortes quedas no Ibovespa desta quarta (1º) após as acusações de um rombo de cerca de R$ 30 bilhões supostamente causado por manobras tributárias. Ao Suno Notícias, a companhia de Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira disse que as denúncias “não têm qualquer embasamento”.
“Calculamos todos os nossos créditos tributários estritamente com base na lei. Nossas demonstrações financeiras cumprem com todas as regras regulatórias e contábeis, as quais incluem a transparência do contencioso tributário. A Ambev está entre as 5 maiores pagadores de impostos no Brasil”, complementou a companhia em nota enviada à reportagem.
A denúncia foi revelada pela coluna Radar Econômico, da Veja. Segundo um levantamento feito pela Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), as dívidas da Ambev seriam relacionadas a impostos federais, estaduais e municipais.
De acordo com a publicação, a Ambev teria inflacionado o preço de itens necessários para a produção de refrigerantes e que são passíveis de isenção e geração de créditos fiscais na Zona Franca de Manaus. Dessa forma, a empresa acumularia mais créditos tributários do que os quais teria direito.
Paulo Petroni, diretor-geral da CervBrasil, afirmou que relatórios da Receita Federal apontam, desde 2017, para “bilhões e bilhões de ilícitos tributários cometidos pelos fabricantes de concentrados de refrigerantes na Zona Franca de Manaus”.
A Veja afirmou que esses valores não aparecem nos balanços da Ambev. Outra empresa do trio de bilionários que também está no olho do furacão atualmente é a Americanas (AMER3), que encontra-se em recuperação judicial com dívidas estimadas em R$ 43 bilhões.
Ambev: Ações caem após acusação de rombo bilionário
Por volta da 13h10 do Ibovespa hoje, as ações da Ambev caiam 4,47% e lideravam o ranking das maiores quedas do intradia, sendo negociadas por R$ 13,05.
Às 14h50, os papéis ABEV3 ocupavam o terceiro lugar do ranking negativo. Magazine Luiza (MGLU3) e Eztec (EZTC3) registravam as maiores quedas, com reduções de 5,19% e 4,92%, respectivamente.
O mapeamento do Status Invest mostra que as ações da Ambev fecharam o pregão de terça (31) sendo negociadas por R$ 13,66.
BTG vê ruído “exagerado” na denúncia contra Ambev
Em relatório publicado após a divulgação da reportagem da Veja, os analistas do BTG Pactual (BPAC11) disseram que enxergam um ruído “exagerado” no caso.
“Os R$ 30 bilhões mencionados na matéria referem-se, na verdade, a estimativas da Receita Federal relativas a créditos tributários acumulados em disputas entre o fisco e as empresas de bebidas. A parte eventualmente relacionada à Ambev é indiscutivelmente muito menor”, comentaram os analistas do BTG Thiago Duarte e Henrique Brustolin.
Segundo os especialistas, a CervBrasil representa o Grupo Petrópolis e outras cervejarias brasileiras menores que também disputam mercado com a Ambev. “Eles historicamente se manifestaram e lutaram intensamente contra os créditos tributários gerados por empresas como Ambev e Coca-Cola”, reforçaram os analistas.