O Santander emitiu um novo relatório sobre a Ambev (ABEV3), abordando a possibilidade da companhia realizar uma reestruturação de capital.
Os analistas afirmam a reestruturação de capital da Ambev pode ser um catalisador positivo inesperado. Segundo a casa, o mês de dezembro será crucial para a companhia nesse sentido.
Por outro lado, embora o movimento seja visto como algo que agregaria valor, o Santander destaca que a alavancagem potencial de 1x dívida líquida/EBITDA é considerada marginal, dado o possível impacto na base acionária da Ambev, usada para calcular o benefício fiscal sobre juros sobre o capital próprio.
“Além disso, uma reestruturação de capital poderia atrasar a monetização de créditos tributários ou sugerir que a obtenção desses benefícios em caixa pode ser mais desafiadora do que o previsto”, diz o relatório.
O Santander mantém recomendação neutra para as ações da Ambev (ABEV3), com preço-alvo de R$ 15. A casa espera Ebitda de R$ 28,5 bilhões para a companhia em 2025, cerca de 4% abaixo do consenso, refletindo menores volumes esperados no Caribe e no Canadá e custos unitários mais altos na divisão de refrigerantes no Brasil.
Apesar disso, a expectativa dos analistas é a de que haja uma melhora no cenário competitivo da Ambev em 2025, com a empresa aumentando preços acima da inflação de custos prevista para o ano que vem.
De acordo com o Santander, desafios que podem limitar a valorização das ações ABEV3 incluem:
- Condições econômicas na Argentina restringindo a recuperação de volumes.
- Incertezas fiscais no Brasil que podem gerar pressão sobre a empresa.
- Limitações no impacto da reestruturação de capital restringindo reavaliações positivas.
- Viabilidade de longo prazo da estratégia focada em custos, especialmente em um mercado mais competitivo que pode dificultar a inovação.
Por outro lado, diz o relatório, o consumo de bebidas alcoólicas no Brasil segue forte, e o crescimento do PIB nacional impulsiona os volumes do setor.
Por volta das 15h desta terça-feira (26), a Ambev apresentava alta de 0,96% no Ibovespa, com as ações cotadas a R$ 12,66.