A Ambev (ABEV3) anunciou na terça-feira (07) que irá parar sua produção de cerveja na fábrica de Viamão, em Porto Alegre, para envasar água potável e doar à população do Rio Grande do Sul (RS). Segundo a companhia, serão cerca de 850.000 latas de água de 473 ml produzidas por dia na unidade de Viamão.
Para viabilizar a adaptação da fábrica da Ambev, a companhia precisou levar de São Paulo alguns maquinários. “Como uma empresa brasileira, estamos e estaremos sempre ao lado dos brasileiros em todas as situações”, diz Jean Jereissati, presidente da companhia.
Em parceria com a empresa Ball, líder global na produção de latas de alumínio, que disponibilizou as latas de 473 ml, a Ambev começou a distribuir as latas de água hoje.
Só nos últimos dias, a empresa já doou mais de 560 mil de litros de água para o Rio Grande do Sul – sendo 185 mil litros para a população de 11 municípios afetados e 375 mil em caminhões-pipa para suprir a necessidade de água de hospitais da grande Porto Alegre.
Chuvas no RS impactam operações de varejistas
O desastre natural causado pelas fortes inundações e chuvas no estado do Rio Grande do Sul afeta vendas, funcionamento e operações de lojas e a distribuição logística para os principais varejistas do estado, como Lojas Renner (LREN3), Arezzo&Co (ARZZ3) e Carrefour (CRFB3). Analistas estimaram o impacto das chuvas no RS entre essas empresas.
As tragédias das chuvas no Rio Grande do Sul provocaram 100 mortes até agora, sendo que quatro casos estão em avaliação, segundo reportagem da Agência Brasil. O governador Eduardo Leite confirmou que 131 pessoas estão desaparecidas. Pelo menos, 401 cidades foram afetadas, o que representa 80,6% do total de 497 cidades gaúchas.
Em entrevista à imprensa nesta terça-feira (7), o governador classificou a situação de “catástrofe”. Além disso, 48.799 pessoas deixaram suas casas e estão em abrigos contras as chuvas no RS.
O governo contabiliza um total de 159.036 cidadãos na condição de desalojados. O desastre deixou, até o momento, 1,4 milhão de pessoas afetadas pelo desastre. O Rio Grande do Sul tem 10,8 milhões de habitantes, segundo o censo de 2022 do IBGE.
“O tamanho da crise no Rio Grande do Sul é o que especialmente torna essa situação difícil de tratarmos. Praticamente todo o estado está atingido de alguma forma”, lamentou o governador.
Recentemente, a Lojas Renner emitiu um comunicado à imprensa anunciando que cerca de 4% de suas lojas estavam temporariamente fechadas. Como contexto, 13% da área de vendas da varejista estão baseadas no estado.
“Embora a duração desses fechamentos ainda seja incerta, observamos que cada semana de fechamento pode impactar as receitas do 2T24 das varejistas em cerca de -0,3%”, diz o Sachs.
Para os analistas do banco, como essas lojas são mais produtivas (dada a forte presença da marca Renner no Sul e o poder de compra no estado) e também porque o fechamento está ocorrendo em um período crítico para o principal evento comercial do trimestre (Dia das Mães em 12 de maio), é possível que o impacto das chuvas no RS seja potencialmente maior.
A Arezzo&Co tem cerca de 5% das vendas totais provenientes do estado, de acordo com a empresa, mas a extensão das vendas impactadas por possíveis fechamentos é desconhecida neste momento.
Já o Grupo Soma (SOMA3) teve cerca de 3% das receitas brutas de 2023 provenientes do estado do RS. O Grupo SBF (SBFG3), dono da Centauro, possui cerca de 6% de sua base de lojas no estado (4% está atualmente fechada).
Petrobras (PETR4) doa mais de R$ 5 mi para municípios do RS
A Petrobras vai doar R$ 5,6 milhões para apoio à população de Canoas e Esteio, atingida pela pelas chuvas no Rio Grande do Sul. O valor será destinado ao Movimento União BR, por meio do Instituto da Criança, uma organização sem fins lucrativos, para aquisição de itens de primeira necessidade, tais como cestas básicas e eletrodomésticos para atendimento às vítimas.
Os dois municípios estão localizados na região metropolitana de Porto Alegre, sendo Canoas, a sede da Refinaria Alberto Pasqualini e da Unidade Termelétrica Canoas, e Esteio, localizado na área de abrangência das operações da refinaria.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates disse que “essa é a maior catástrofe natural do estado Rio Grande Sul, sem precedentes históricos em abrangência e número de pessoas afetadas e a Petrobras se solidariza com as vítimas cumprindo seu papel de empresa socialmente responsável. Estamos sempre atentos às possibilidades de colaborar com a sociedade em momentos de crise”.
Essas ações da empresa complementam outras medidas emergenciais que já vêm sendo tomadas pela companhia como a campanha de voluntariado para doações de itens de alimentação, limpeza e higiene para as famílias atingidas.
Ambev e mais empresas se solidarizam e fazem doações para o RS
Diversas empresas se mobilizaram nos últimos dias para enviar remédios, ajuda financeira e realizar doações para o Rio Grande do Sul e os atingidos pelo desastre natural que atinge a região.
A Azul (AZUL4) anunciou a criação de um fundo em parceria com o banco Itaú (ITUB4) para operações humanitárias no estado, recebendo doações de todo o Brasil e realizando transporte de donativos e voos extras.
O Instituto GOL (GOLL4), junto com a CUFA, realiza campanha de arrecadação e envio de mantimentos. O Banco do Brasil (BBAS3) doou R$ 400 mil e flexibilizou tarifas em diversos produtos, enquanto o Bradesco (BBDC4) oferece condições especiais de renegociação e suspensão de cobranças para clientes afetados.
O Santander (SANB11)anunciou medidas emergenciais para clientes nas áreas afetadas e criou um fundo de ajuda humanitária. A Cimed doou R$ 1 milhão em medicamentos e reduziu preços para farmácias atingidas. A Magazine Luiza (MGLU3) doou 1.840 colchões e deu apoio a funcionários desabrigados.
Já e Ambipar enviou recursos e profissionais especializados em gestão de crises para auxiliar nas ações de resgate às vítimas das inundações. Além disso, como mencionado, a Ambev parou a produção de cerveja para envasar água em fábrica no Rio Grande do Sul.