A Ambev (ABEV3) deve reportar resultados sem grandes surpresas para o quarto trimestre de 2024, segundo o Itaú BBA. Por outro lado, no relatório, a casa citou a possibilidade de antecipação do pagamento de dividendos por parte da empresa.
O BBA projeta um EBITDA consolidado de R$ 8,6 bilhões para a Ambev no 4T24, o que representaria uma margem de 33% – queda de 290 pontos base na base anual, mas alta de 100 pontos base em relação ao trimestre anterior.
Confira os principais destaques projetados pela casa em relação ao balanço da Ambev:
Segmento de Cerveja no Brasil
- A previsão é de uma queda de 2% no volume de vendas no Brasil, reflexo das condições climáticas desfavoráveis no período.
- Apesar do reajuste de preços em setembro de 2024, o crescimento da receita líquida por hectolitro (NR/hl) deve ficar abaixo da inflação, impactado por maiores deduções tributárias.
- O segmento deve apresentar um EBITDA de R$ 4,4 bilhões, alinhado às estimativas de mercado.
Segmento Internacional
- As operações na América Latina Sul (LAS) enfrentam condições macroeconômicas desafiadoras, especialmente na Argentina, com queda de 3% no volume anual.
- O segmento deve registrar um EBITDA de R$ 1,8 bilhão, com margem de 27,7%.
- No Canadá, sinais positivos em tendências de mercado e impacto favorável do câmbio podem trazer surpresas positivas.
NAB (Bebidas Não Alcoólicas)
- O segmento segue tendências semelhantes ao de cervejas no Brasil, com efeitos negativos da desaceleração macroeconômica e condições climáticas.
- É esperado um EBITDA de R$ 677 milhões e margem de 27,8%.
Um ponto de atenção destacado é a possibilidade da ABEV3 alterar a frequência de distribuição de dividendos, potencialmente antecipando pagamentos em prazos mais curtos.
Essa mudança, segundo o BBA, pode desbloquear valor para os acionistas, mas também trazer volatilidade ao preço das ações ABEV3 no curto prazo, caso discussões sobre paybacks adicionais ganhem força.
Além disso, diz a casa, os investidores devem concentrar atenção nas mensagens da empresa sobre o ano de 2025, especialmente no que diz respeito à capacidade de repassar custos mais elevados aos preços em um cenário macroeconômico desafiador.
O modelo de custos da casa aponta para um aumento de aproximadamente 9% no custo em dinheiro por hectolitro (cash COGS/hl) no próximo ano.
Apesar da perspectiva de crescimento modesto e de um múltiplo P/L de 12x para 2025, o Itaú BBA mantém uma visão neutra sobre as ações da Ambev, com preço-alvo de R$ 15, destacando a falta de um momento operacional significativo.
Por volta das 10h15 desta terça-feira (21), a Ambev operava em alta de 0,27% no Ibovespa, com as ações ABEV3 cotadas a R$ 11,08.