Ambev (ABEV3) sofreria com irmãos Batista na Petrópolis?

Segundo o colunista Lauro Jardim, os irmãos Joesley e Wesley Batista estariam considerando a compra de 50% da Itaipava, que pertence ao Grupo Petrópolis. Em relatório, o BTG Pactual destrincha os possíveis impactos desse movimento para a Ambev (ABEV3).

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A casa destaca que, desde a formação da Ambev, há cerca de 15 anos, a empresa dominou dois terços do mercado, com até quatro concorrentes relevantes no cenário.

A situação mudou em 2016, quando a Heineken adquiriu a Brasil Kirin, criando um embate mais concentrado entre três grandes players: Ambev, Heineken e o Grupo Petrópolis, este último sendo a única cervejaria de grande porte com capital nacional.

Nos últimos dois anos, o Grupo Petrópolis enfrentou dificuldades financeiras e entrou com pedido de recuperação judicial (RJ). Na visão do BTG, havia dois possíveis caminhos para o grupo:

  1. A recuperação judicial poderia proporcionar o alívio necessário para reerguer a empresa e recuperar sua alavancagem operacional.
  2. A RJ seria o último passo antes da venda de ativos, com a Heineken como provável compradora, criando um duopólio de disputa direta entre Ambev e Heineken.

O BTG reconhece que o processo de recuperação judicial trouxe ganhos importantes para o Grupo Petrópolis, com recuperação de volumes e participação de mercado.

Após fechar 2023 com uma taxa de utilização de capacidade de apenas 41%, o grupo adotou uma política de preços agressiva, visando maximizar a alavancagem operacional.

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No entanto, essa estratégia parece estar sendo revista, com aumentos consistentes nos preços médios da Petrópolis nos últimos meses. Segundo o relatório, isso indica uma possível busca por um equilíbrio mais racional nos preços, mas também levanta a dúvida: estaria a Petrópolis enfrentando novamente dificuldades financeiras?

Caso a Petrópolis perca participação de mercado, o BTG acredita que a Ambev seria a maior beneficiada, dado seu histórico de consolidação e domínio no setor.

Já a possibilidade de entrada de um novo competidor no mercado brasileiro, além da Heineken, é vista como um potencial desafio à liderança da ABEV3. Segundo os analistas do BTG, embora a ideia seja especulativa no momento, ela não pode ser descartada.

Como líder em um mercado maduro, o crescimento sustentável da Ambev depende de sua capacidade de manter o poder de precificação. Movimentos recentes da Petrópolis, que vinham indicando uma postura mais disciplinada, têm contribuído para estabilizar o mercado.

Porém, um aumento na competição, especialmente pela Petrópolis, poderia comprometer o crescimento dos lucros da Ambev no longo prazo, afirma o BTG.

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Guilherme Serrano

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