A Anheuser-Busch InBev (AB InBev), maior cervejaria do mundo e controladora da Ambev (ABEV3), divulgou no fim da noite de quarta-feira (28) que obteve lucro líquido de US$ 1,89 bilhão no quarto trimestre de 2023, valor 33% menor do que o ganho de US$ 2,84 bilhões apurado em igual período de 2022. Na mesma comparação, o lucro líquido subjacente da empresa diminuiu de US$ 1,74 bilhão para US$ 1,66 bilhão.
A receita da AB InBev, controladora da Ambev no Brasil, recuou para US$ 14,47 bilhões no trimestre encerrado em dezembro, de US$ 14,67 bilhões um ano antes, e ficou abaixo da projeção de analistas, de US$ 15,5 bilhões, segundo consenso da Visible Alpha.
Já os volumes gerais de vendas caíram para 144,706 milhões de hectolitros no trimestre, ante 148,775 milhões de litros no mesmo intervalo de 2022. O número também ficou abaixo do consenso, de 146,3 milhões de hectolitros.
Acordo
Separadamente, a AB InBev anunciou o fechamento de um acordo preliminar com o sindicato International Brotherhood of Teamsters (IBT) sobre novo contrato trabalhista, evitando uma possível greve de milhares de funcionários nos EUA.
O IBT, que representa cerca de 5.000 trabalhadores do ramo cervejeiro, havia ameaçado iniciar greve no dia 1º de março se um acordo não fosse alcançado até esta quinta-feira, quando vence o atual contrato. Representantes do sindicato exigiam aumentos salariais e garantias de que a AB InBev não fecharia fábricas.
O pacto provisório de cinco anos, que ainda está sujeito à aprovação de membros do IBT, prevê aumento salarial de US$ 8 por hora, incluindo uma ajuste imediato de US$ 4 por hora no primeiro ano.
Ambev (ABEV3): lucro líquido cai 10,9% no quarto trimestre, para R$ 4,5 bilhões
A Ambev (ABEV3) reportou um lucro líquido de R$ 4,528 bilhões no quarto trimestre de 2023 (4T23), conforme balanço divulgado nesta terça-feira (31). A cifra representa uma queda de 10,9% em relação ao mesmo período do ano passado.
A queda no lucro da Ambev, segundo a companhia, ocorreu devido à depreciação cambial na Argentina e ao faseamento das provisões de dedutibilidade fiscal do JCP.
Já o lucro líquido ajustado da Ambev ficou em R$ 4,667 bilhões, diminuição de 11,9% frente aos R$ 5,299 bilhões registrados no mesmo intervalo de 2022.
A receita líquida da Ambev foi de R$ 19,989 bilhões no trimestre, queda de 11,9% frente os R$ 22,693 bilhões registrados no resultado no mesmo período do ano anterior. “O desempenho foi impulsionado pelo crescimento da receita líquida por hectolitro (ROL/hl) de 29,7% no 4T23”, disse a companhia.
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, por sua vez, foi de R$ 7,151 bilhões, aumento de 0,6% ante o número registrado no mesmo período do ano de 2022.
De acordo com a Ambev, os volumes consolidados do 4T23 ficaram praticamente estáveis, uma vez que o crescimento na América Central e Caribe (CAC) (+7,7%) e no Brasil (+0,8%) foi compensado pela América Latina Sul (LAS) (-3,8%) e Canadá (-7,4%), onde os volumes continuaram a ser impactados principalmente pelo declínio das indústrias.
Entre os meses de outubro e dezembro, o resultado financeiro da Ambev ficou negativo em R$ 700,5 milhões, uma redução de R$ 379,4 milhões em relação ao mesmo período do ano anterior.
“Entregamos um final de ano forte, liderado pelo Brasil e pela CAC. 2023 foi mais um ano de melhoria consistente, na medida em que a execução da nossa estratégia proporcionou crescimento sustentado e melhor rentabilidade”, disse o CEO da Ambev, Jean Jereissati.
A Ambev espera que o CPV (custo dos produtos vendidos) por hectolitro, excluindo depreciação e amortização, para o seu negócio de cervejas no Brasil, diminua entre 0,5% e 3,0% no ano de 2024, em razão das condições favoráveis das commodities e do câmbio.
*Com informações da Dow Jones Newswires e Estadão Conteúdo