Após o Inter (INBR32), a Ambev (ABEV3) também entrou na mira dos analistas do Bank of America (BofA) e teve seu preço-alvo cortado na terça (4). Os analistas ressaltaram que enxergam um forte crescimento no Ebitda (Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da empresa, mas demonstram preocupação com uma eventual mudança nos benefícios fiscais e com o novo arcabouço fiscal.
Na visão dos analistas do BofA Isabella Simonato e Guilherme Palhares, as margens mais altas das cervejas no Brasil estão presentes na lista de itens que devem impulsionar o crescimento do Ebitda da Ambev em 2023 e 2024.
“Os custos da cerveja no Brasil devem subir em 2023 e cair 3% em 2024, após quatro anos de inflação em dois dígitos, dado o real mais fraco e a alta dos preços das commodities”, pontuaram os analistas, que também apontaram o pedido de recuperação judicial da Cervejaria Petrópolis como algo que eventualmente melhore o lucro do setor.
Porém, “os riscos para o lucro líquido voltaram a ser destaque, principalmente associados a benefícios fiscais”. Na visão do BofA, o novo preço-alvo das ações da Ambev é R$ 16 (antes, R$ 16,50). Nos últimos seis meses, os papéis amargam queda superior a 10%. Veja o gráfico:
Cotação ABEV3
Arcabouço fiscal prejudica Ambev?
Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, acabou com o suspense em torno do novo arcabouço fiscal e apresentou ao público a proposta que substituirá o teto de gastos. As medidas específicas ainda não foram anunciadas, mas os economistas do BofA enxergam que o pacote pode incluir:
- fim dos juros sobre capital próprio;
- redução do impacto de subsídios no pagamento do Imposto de Renda;
“Se aprovadas, as duas medidas podem ser impactantes para a Ambev”, alertam os especialistas.
Por volta das 16h10, os papéis da Ambev eram negociados em queda de 0,28%, ao preço de R$ 14,39.