Ambev (ABEV3) opera em alta de 2,5%; XP recomenda compra
A Ambev (ABEV3) abriu a semana em forte alta. Por volta das 10h55 desta segunda-feira (26), os papéis da companhia avançavam 2,56%, negociados a R$ 14,27 na B3. Ao mesmo tempo, o Ibovespa apresentava uma alta de 0,37%, para 101.637 pontos. No último domingo (25), a XP Investimentos retomou a cobertura com recomendação de compra para Ambev.
A XP atribuiu um preço-alvo de R$ 17,15 por ação da Ambev, para o final de 2021. A corretora enxerga três fatores principais para otimismo com a gigante do setor de bebidas. São eles:
- Melhora nos volumes de vendas no curto prazo, aliados a uma potencial recuperação macroeconômica no Brasil;
- Iniciativas de inovação da empresa, que devem ajudar a empresa a se manter como líder do mercado;
- Reformulação do modelo de negócios, que passará a ser personalizado e focado no consumidor.
Os analistas Leonardo Alencar e Larissa Pérez estimam que, no terceiro trimestre deste ano, a Ambev deva reportar um crescimento de 26% de ano para ano no volume de cerveja no País, com quase 22 milhões de hectolitros. No segundo trimestre deste ano, a Ambev registrou um lucro líquido de R$ 1,2 bilhão, uma queda de 51,4% sobre o mesmo período do ano passado — o resultado do terceiro trimestre será apresentado na próxima quinta-feira (29).
No que se refere aos próximos trimestres, os especialistas disseram que 2021 será um “ano desafior em termos de custos”. Com isso, a margem bruta do segmento de cerveja no Brasil deve atingir 51% em 2021, e que pode crescer gradativamente até 60% em 2030, mas ainda abaixo dos níveis recordes de 2015 a 2017, de 65%.
A XP ainda ressalta que a Ambev conta com o segmento de bebidas não-alcoólicas, que tem representado cerca de 8% do resultado da empresa. Os analistas entendem que a companhia deve encarar a tendência de saudabilidade como uma oportunidade, com foco no portfólio de sucos e bebidas esportivas. Com isso, é esperado um crescimento de volumes de 3% ao ano, com um crescimento de preços em linha com a inflação.
A corretora, entretanto, faz o adendo de que a acirrada competição do setor no Brasil, além dos altos custos de commodities, depreciação do real frente ao dólar e o ambiente macroeconômico desfavorável são riscos consideráveis para a Ambev. Todavia, os analistas entendem que o preço das ações já foi “penalizado demais pelo mercado”, e enxergam um upside de 23% sobre o preço de fechamento da última sexta-feira (23), de R$ 13,89.