Amazonas Energia cede créditos ao Itaú para pagar BR Distribuidora
A Amazonas Energia liquidou nesta sexta-feira (27) uma dívida de R$ 1,45 bilhão que possuía com a BR Distribuidora. O pagamento antecipado ocorreu pois a companhia de energia cedeu fundos setoriais ao Itaú.
O diretor financeiro da Amazonas Energia, Celso de Oliveira Sant’Anna, explicou que a negociação com a instituição financeira poderá aliviar o caixa da companhia de forma significativa.
“Foi um importante passo para a recuperação da sustentabilidade e liquidez da empresa, o que nos permitirá alcançar os resultados previstos em nosso Plano de Negócios e o atendimento aos requisitos regulatórios e de qualidade do serviço”, afirmou Sant’Anna.
Durante a negociação, a companhia cedeu créditos no valor de R$ 1,9 bilhão ao Itaú e recebeu R$ 1,6 bi do banco. Desse montante, R$ 1,45 bi foi utilizado no pagamento para a BR. Outros R$ 120 milhões foram destinados à garantia da operação. O valor restante irá para o caixa da empresa.
Os analisas do Credit Suisse, Regis Cardoso e Victor Schmidt, afirmaram que o pagamento antecipado é positivo para ambas empresas. Visto que, com a dívida quitada, a BR pode eliminar os riscos da cobrança dos recursos, que ocorreria em 20 parcelas por mês.
“A liquidação em uma única parcela não somente mitiga o risco de cobrança, mas também antecipa os fluxos de caixa. Na nossa opinião, a entrada adicional de caixa pode ser traduzida como pagamento de dividendo maior neste ano”, disseram os analistas.
Venda da Amazonas Energia
A distribuidora de energia era controlada pela Eletrobras até abril de 2019. Atualmente, a empresa Oliveira Energia controla a companhia após vencer o leilão de privatização, em dezembro do ano passado.
A venda foi aprovada em fevereiro deste ano pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A negociação só foi concluída quando o órgão fiscalizador concluiu que a concorrência do setor não seria ameaçada.
Saiba mais: Cade aprova venda da distribuidora Eletrobras Amazonas Energia
Os questionamentos sobre a concorrência ocorreram por conta de uma possível concentração de mercado da compradora, que já havia comprado a Boa Vista Energia.
A Amazonas Energia possuí uma dívida de R$ 4 bilhões com a sua antiga controladora. No entanto, foram assegurados períodos de carência para os pagamentos antes da privatização.