Na semana passada, após o anúncio da chegada da Amazon Prime no Brasil, as ações do varejo sofreram uma forte queda. Entretanto, analistas dizem que, no longo prazo, as companhias possuem meios para se defender da gigante norte-americana.
Segundo o Economática, nos dois dias subsequentes ao anúncio da companhia estadunidense, o Magazine Luiza desvalorizou 11%, a B2W caiu 10% e a Via Varejo, 8%. Entretanto, no final do pregão da última sexta-feira (13), o Magalu já tinha recuperado 45% do valor de mercado perdido, a Via Varejo recuperou 21% e a B2W, 6,27%. O varejo começa a se recuperar o impacto inicial.
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De acordo com o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) Keyler Carvalho Rocha, no longo prazo, a depender da performance da Amazon, as varejistas nacionais podem, sim, serem afetadas intensamente, mas não ficarão paradas e devem reagir à concorrência.
Analistas do segmento acreditam que já existem sinais que devem impulsionar as companhias brasileiras.
O mais recente é o estudo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), reportando a alta de 4,3% das vendas do varejo no mês de julho, em comparação ao mês anterior. Além disso, a liberação dos saques de até R$ 500 do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) podem impulsionar o consumo.
O latino-americano Mercado Livre, que tem o e-commerce no Brasil como principal mercado, embora tenha visto suas ações caírem 3,85% em Nasdaq na última semana, desconsidera os efeitos de curto prazo da entrada da Amazon Prime.
“Não nos faz acordar mais cedo nem dormir mais tarde. Nossa estratégia sempre foi no longo prazo”, disse o vice-presidente de Mercado Envios para a América Latina, Leandro Bassoi.
Varejo tem impacto acionário
Apesar do varejo nacional possui bases consolidadas no Brasil, e seus executivos estarem focados no longo prazo, isso não significa que a Amazon não possa trazer instabilidade aos papéis das gigantes do setor.
Considerando os mercados internacionais, segundo a Economática, a Amazon possui o dobro do valor de mercado da sua maior rival, a chinesa Alibaba.
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A B2W (BTOW3), ao final da última sessão na última sexta-feira (13), apresentava uma queda de 3,18%. Nos últimos 30 dias a queda é de 4,72%. Recentemente, a companhia apresentou a proposta de subscrição para aumentar seu capital.
Já a Via Varejo (VVAR3), na última sexta, reportou uma queda de 2,68%. O acumulado do ano é uma alta de 57,40%. No entanto, a companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 154 milhões no segundo trimestre deste ano.
O Magazine Luiza (MGLU3) finalizou o pregão da última sexta com uma desvalorização de 2,57%. Porém, nos últimos 12 meses, é contabilizada uma alta de 137,47% dos papéis da gigante do varejo.