Amazon fechará a operação do e-commerce na China
A Amazon anunciou nesta terça-feira (23) que desistirá de suas operações de e-commerce na China. O gigante norte-americano do varejo decidiu abandonar o mercado do país asiático.
A Amazon chegou a essa conclusão diante da concorrência acirrada com os portais Alibaba e JD.com. Os sites de e-commerce chineses geraram muitas dificuldades para a empresa de Jeff Bezos no gigante asiático.
Para se ter uma ideia, as vendas realizadas na China eram tão pequenas que não eram nem detalhadas nos relatórios financeiros da Amazon. Os números chineses eram menores que aqueles registrados no Japão, onde a empresa vendeu US$ 13,8 bilhões (cerca de R$ 54, 23 bilhões) em 2018, representando 6% de seu faturamento global.
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Por isso, o site norte-americano anunciou que abandonará a China, e iniciará a oferecer somente produtos importados dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Japão e Alemanha.
Mercado complicado para a Amazon
A Amazon entrou na China em 2004 através da compra da vendedora on-line de livros Joyo. Uma operação de US$ 75 milhões. Entretanto, a partir daquele momento o gigante do varejo tenta expandir suas atividades no país asiático, sem sucesso.
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Os concorrentes locais cresceram mais rápido, graças a uma série de fatores, como a melhor compreensão das dinâmicas do mercado interno, a grande sensibilidade ao preço de alguns produtos e o favorecimento a lojas com entregas quase instantâneas. Foi esse o caso do Alibaba, site que criou uma parceria com diversas empresas locais de delivery para garantir uma maior agilidade para seus clientes.
A Amazon tentou responder investindo pesadamente em logística. Em particular no controle de todo seu inventário. Mas acabou oferecendo menos velocidade de entrega e menor variedade de produtos. Dois grandes erros cometido pela gigante norte-americana, que perdeu competitividade também no preço. Nos últimos anos, a empresa se concentrou na China na venda de serviços em nuvem e dos aparelhos Kindle.
Série de problemas
Além da China, a gigante do varejo dos EUA está enfrentando uma série de problemas e desgastes de imagem em vários países do mundo.
Na última semana as autoridades antitrustes da Itália começaram nesta uma investigação sobre 5 empresas da Amazon. A acusação é oferecer benefícios a vendedores terceirizados somente caso eles assinassem também os serviços logísticos oferecidos pela empresa.
Entre as acusações contra a Amazon está aquela de possível abuso de posição dominante no mercado de comércio eletrônico e de serviços de logística. O antitruste italiano considera a empresa de Bezos poderia ter “discriminado” os empresários que não aceitavam se submeter a essa condições.
Em meados de março, a empresa foi forçada a desistir da construção de sua segunda sede em Nova York. Fortes pressões de políticos locais motivaram a decisão. A gigante do comércio eletrônico estimava criar 700 vagas na cidade até o fim de 2019.
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A empresa está sendo fortemente criticada por não pagar impostos federais nos Estados Unidos. O órgão que cuida de questões fiscais nos EUA, o Institute of Taxation and Economic (ITEP), autorizou a gigante não pagar impostos em território norte-americano. Uma isenção legal, garantida por complicada engenharia tributária. Entretanto, esse posicionamento gerou protestos e mal estar na mídia e nas redes sociais.
Além disso, em muitos países, principalmente europeus, a Amazon está sendo acusada de pagar salários baixos demais para seus funcionários. Além de forçá-los a jornadas de trabalho extenuantes.
Amazon volta a ser empresa mais valiosa dos EUA
A Amazon ultrapassou a Microsoft como empresa mais valiosa dos Estados Unidos no mês passado. O topo mudou quando ações da gigante do varejo cotadas na Nasdaq, em Nova York, atingiram um valor de mercado de US$ 796,5 bilhões. Os papeis da empresa de Bill Gates fecharam a US$ 102,20, alcançando um valor de mercado de US$ 784 bilhões.