Amazon (AMZO34) perde R$ 1 trilhão em Bolsa e reajusta o Prime para R$ 14,90

Na última sexta-feira (29), a Amazon (AMZO34) teve o seu pior dia no mercado financeiro desde 2006. A empresa sofreu uma queda de 14% em valor de mercado e chegou a perder US$ 210 bilhões (cerca de R$ 1 trilhão) em um único dia. O movimento de venda aconteceu após um balanço fraco e estimativa baixa de crescimento para o próximo trimestre.

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Passado o final de semana, a Amazon fez a sua jogada após as perdas: anunciou um aumento no preço do serviço Prime, seu programa de benefícios que oferece acesso ao streaming, frete grátis em entregas pela empresa, entre outras regalias.

A partir de 20 de maio – ou 24 de junho, para quem já for assinante -, o valor mensal do Amazon Prime passará de R$ 9,90 para R$ 14,90, alta de 50%. Já a anuidade irá de R$ 89 para R$ 119, reajuste de 33,7%.

Para justificar o aumento, a companhia lembra que o serviço tem o mesmo preço desde o lançamento, em 2019, e que o reajuste vem após a “expansão dos benefícios”, diz a Amazon, em nota. “Até 19 de maio, todos os novos clientes que assinarem o plano anual ou membros mensais que converterem sua assinatura para a anual poderão aproveitar o preço atual de R$ 89/ano pelos próximos 12 meses”, diz.

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A Amazon diz ainda que continua a investir no Prime e que, nos últimos anos, adicionou milhões de produtos ao programa com frete grátis. “O frete grátis em dois dias foi expandido de 90 para mais de mil cidades e, em 2021, lançamos a entrega Prime grátis em um dia, agora disponível em mais de 100 cidades”.

A empresa lembra também que, em setembro, será lançada a série O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder, aguardada pelos fãs da trilogia do cinema e avaliada como das séries mais caras da história. Apenas o primeiro ano do programa contou com um orçamento de US$ 465 milhões (R$ 2,4 bilhões).

Streaming em xeque 

Aumento de custos, alta competitividade e dificuldade na retenção de assinantes… Com os serviços de streaming lidando com um cenário complicado, as empresas têm se movimentado para oferecer diferenciais aos seus assinantes.

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Os serviços de streaming gastaram US$ 50 bilhões em conteúdos em 2021, em uma tentativa de atrair ou reter clientes, segundo a pesquisadora Ampere Analysis. Isso representa um aumento de 50% em relação a 2019, quando muitos dos serviços de streaming mais recentes foram lançados, como é o caso da Amazon.

A Netflix (NFLX34) conseguiu aumentar os preços das assinaturas nos EUA, Reino Unido e Irlanda, para financiar sua produção de conteúdo e o crescimento em outras partes do mundo, como a Ásia, observou Michael Pachter, analista da Wedbush.

A conta, porém, parece não fechar, e a Netflix já indicou medidas de redução de custos também. O balanço da empresa indicou que cerca de 200 mil assinantes deixaram a plataforma nos primeiros três meses do ano. Entre as explicações, a empresa aponta a sua saída da Rússia, como medida de protesto pela guerra que o país travou com a Ucrânia. Na Rússia, a Netflix contava com 700 mil assinantes.

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Balanço da Amazon 

No primeiro trimestre, a Amazon registrou prejuízo de US$ 3,8 bilhões – no mesmo período do ano passado, teve lucro de US$ 8 bilhões.

A perspectiva para a divisão de varejo da gigante é negativa por várias razões – uma delas é a reabertura de lojas físicas, o que devolveu à gigante concorrentes antes adormecidos pela pandemia. A companhia também enfrenta alta nos custos. Um desses elementos é a inflação dos combustíveis, que influenciou toda a cadeia de entregas e de serviços. Pressões inflacionárias também devem reduzir o consumo em diferentes países.

“Hoje, como não estamos mais buscando capacidade física ou de pessoal, nossas equipes estão totalmente focadas em melhorar a produtividade e a eficiência de custos em toda a nossa rede de atendimento. Isso pode levar algum tempo, principalmente porque trabalhamos com pressões inflacionárias da cadeia de suprimentos em andamento, mas vemos um progresso encorajador em várias dimensões da experiência do cliente”, disse Andy Jassy, presidente da Amazon, no relatório enviado a investidores.

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Com informações de Estadão Conteúdo. 

Monique Lima

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